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Uber é acusada de continuar monitorando seus usuários em tempo real

O Uber não aprende: empresa é novamente acusada de utilizar o “God View” para ficar de olho em tempo real em milhares de usuários, incluindo políticos e celebridades.

7 anos atrás

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O grande problema do Uber não são suas taxas flutuantes, e sim sua falta de ética flagrante. Ela não só costumava jogar sujo com a concorrência como se envolveu em uma confusão gigantesca após uma jornalista acusar a empresa de tentar silencia-la, utilizando um recurso interno chamado “God View” para monitorá-la. Não obstante o Uber armazena todos os dados dos seus clientes por tempo indeterminado (mesmo se você encerrar sua conta) e os utiliza como quer.

De lá para cá o Uber vem afirmando que entrou na linha, não mais ficando de olho em seus clientes mas segundo o ex-investigador forense da companhia Ward Spangenberg, isso é uma mentira deslavada.

Spangenberg move uma ação contra o Uber por ter sido demitido após inúmeras vezes alertar a empresa das brechas de segurança e infração às leis de privacidade que o “God View” representa. Explicando, esta é uma ferramenta de rastreio em tempo real dos usuários desde o momento em que chamam os veículos até o desembarque, permitindo que os operadores do serviço vejam e saibam tudo dos passageiros: atrelando tais informações ao cadastro individual é possível traçar um perfil completo com endereço residencial, local onde trabalha, horários em que mais se desloca, estabelecimentos favoritos, método de pagamento preferencial, etc. Enfim, um dossiê completo.

E lembrando, o Uber utiliza essas informações como bem entende e não esconde que as comercializa com quem pagar o preço. Mas isso não é nem o pior.

Spangenberg relata que os funcionários do Uber costumam rastrear políticos e celebridades (ele deu o exemplo da cantora Beyoncé, mas ela definitivamente não é a única) e para piorar, é prática comum os stalkers da empresa ficarem de olho em ex-esposas/maridos e/ou ex-namorados(as), o que é a pura definição de stalking e outros problemas legais. E não são “menos de dez funcionários” como o Uber alega (em nota anterior, a empresa disse que quem é pego fazendo uso do “God View” vai para a rua), e sim milhares de colaboradores de olho em todos os usuários em tempo real.

Oficialmente o Uber só liberaria o acesso a funcionários específicos quando expressassem um bom motivo para fazê-lo (o que foi confirmado à corte por outros cinco ex-funcionários do setor de segurança da companhia) mas na prática, não é o que ocorre. Basicamente o Uber atua como o Grande Irmão dos transportes e ninguém diz nada, na verdade continuam utilizando o serviço pela conveniência e preços agressivos em comparação aos táxis.

Atualmente o Uber está sendo investigado pela FCC e caso seja comprovada a prática, a startup irá se complicar severamente com as autoridades (isso se o governo Trump não puxar o tapete da comissão). Em nota, o Uber nega todas as acusações e afirma que trabalha com “regras rígidas” para proteger os dados dos usuários, restringindo o acesso apenas a quem precisa realmente fazer uso deles (só não informou quais são esses dados).

Fonte: Reveal.

 

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