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"Begun, The OS Wars Has"

15 anos atrás

Muito tempo atrás, em uma galáxia tecnológica muito distante Piratas e Jedis se uniram contra um Governo Maligno de três letras. Com o tempo esses Jedis e Piratas foram seduzidos pelo Lado Negro da Força, tornando-se tão poderosos e implacáveis quanto o Governo Maligno que combatiam; fundaram uma República Galactica onde tomavam conta com mão de ferro do destino de bilhões.

Havia facções, algumas até vendiam imagem de Pureza, como os guerreiros da maçã, mas eram igualmente implacáveis em seu coração. 

Eles se tornaram um espelho do próprio Governo Galactico que tanto combateram.

Um dia surgiu uma força para desafiá-los. Mas eram apenas bichinhos bonitinhos. Em outra galáxia, seriam Ewoks, na da nossa metáfora, eram pinguins.


Por séculos as facções mantiveram a galáxia em relativa harmonia, dominando 90% dos planetas a Facção do Estandarte Azul, com uns 9% os Guerreiros da Maçã, e nas regiões desabitadas da galáxia, os Pinguins.

A situação ficou estável até o dia em que adentrou um novo competidor, disposto a tomar o poder, usando de incríveis poderes mentais Sith, fazendo com que milhões de cidadãos os vissem como Representantes do Bem. Distribuindo presentes, insidiosamente tornando-se parte da vida de seus súditos, até tornarem-se imprescindíveis.

Com todas as peças no tabuleiro, a nova facção fez a jogada final, o xeque-mate: Reconheceu publicamente que quer o lugar da facção do Estandarte Azul. Até então a convivência era se não pacífica, diplomática. Agora, que os novos jogadores disseram com todas as letras "queremos seu lugar", está declarada a Guerra Civil. Quem sobreviverá em uma guerra sem mocinhos? Ninguém sabe.

O que sabemos é que o Google acaba de anunciar em seu blog oficial o Google Chrome OS, um sistema operacional leve, baseado em Linux, que não tem nada a ver com Android. É projetado principalmente para netbooks, tem um footprint mínimo, foi pensado para uso essencialmente online, seguindo a filosofia de cloud computing que Stallman tanto detesta. Às vezes com razão. Disponível para consumidores na segunda metade de 2010, o Google Chrome OS terá versões para ARM e Intel, e não terá proposta de aplicações nativas. Uma interface minimalista junto com um sistema de janelas construído do zero dará acesso a aplicações web, que em teoria rodarão em qualquer ambiente. Chrome OS, WIndows, Mac, etc.

Quando é uma dupla de adolescentes que para não piorar a síndrome de túnel de carpo precisam achar outro hobby, e resolvem criar mais uma distro Linux e soltar no distrowatch, ninguém perde o Sono, mas quando é o Google o bicho pega. Convenhamos, uma Canonical por mais legal que seja não tem cascalho para peitar uma Asus, já o Google pode perfeitamente derramar umas duas toneladas métricas de dinheiro e exigir netbooks afinados com o seu OS.

Lembre-se, Linux é coisa de Nerd, Google todo mundo conhece.

Será uma chegada atrasada ao mundo da cloud computing? Algumas fontes indicam que a Microsoft tem coisa muito boa vindo por aí nessa área, mas de que adianta cloud computing se o computador ainda é um XP lameira? Boot em segundos, direto ao ponto. Teremos conectividade pervasiva o suficiente para isso no final de 2010?

Perguntas são muitas, as respostas ainda inexistentes. Só posso dizer que do ponto de vista de quem cobre tecnologia, saímos de confortáveis comentaristas no escritório e estamos em meio a Guerra do Golfo, direto para a CNN. O bicho vai pegar e feio. O que é extremamente divertido de acompanhar.

Que a Força esteja com vocês.

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