Carlos Cardoso 7 anos atrás
Kim Stanley Robinson, além de autor preferido do Nick Ellis, é um dos últimos grandes escritores de ficção científica vivos. Sua série sobre Marte é leitura obrigatória para os fãs do gênero, e se você acha que ele estaria entusiasmado por todo o interesse em Barsoom, engana-se.
Segundo ele os planos de Elon Musk para Marte…
“São um clichê de ficção científica dos Anos 20, com o garoto que constrói um foguete no quintal e vai para a Lua”.
Ele prossegue, em uma entrevista para a Bloomberg, com as críticas. Extremamente cético, Kim diz que uma viagem nunca será tão barata quanto Elon Musk propõe, e as pessoas serão astronautas, selecionados, não meros passageiros.
Kim nega a possibilidade de um indivíduo ou uma empresa ter sucesso nessa empreitada, e em tão pouco tempo. Garante que é um projeto de muitos anos, envolvendo várias nações.
É interessante essa reação, tem aparecido bastante entre autores e fãs de ficção científica. É como se estivessem com ciúmes, como se Marte fosse deles, somente deles e esse homem malvado agora quer brincar também.
Musk está sendo otimista? Com toda certeza, mas você não vende um carro dizendo que há boas chances de você sobreviver se ele bater, você no máximo menciona os airbags, sem entrar em detalhes.
A geração NASA pelo visto ainda não aceita que qualquer um com menos poder e dinheiro que um Estado Nacional possam ou devam explorar o espaço.
Com imenso, quase infinito respeito a Kim Stanley Robinson, acho que cabe aqui adaptar a 1ª Lei de Clarke:
“Quando um reconhecido mas idoso autor de ficção científica diz que algo é possível, ele quase certamente está certo. Quando ele diz que algo é impossível ele muito provavelmente está errado”.