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Samsung ignorou normas de segurança e testou baterias do Note7 em seus próprios laboratórios

Samsung ignorou práticas de segurança do mercado ao se recusar a testar baterias do Note7 em laboratórios da CTIA, preferindo os seus próprios.

7 anos atrás

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Todo castigo para otário é pouco, e o pateta da vez é a Samsung. Já haviam fortes indícios de que o desastre chamado Galaxy Note7 se deu por pura pressão dos executivos, que queriam um aparelho revolucionário para fazer frente ao iPhone 7 e acabaram com um smartphone explosivo nas mãos.

Agora, um informe do WSJ reforça ainda mais essa teoria por conta de uma medida questionável executada nos Estados Unidos: em vez de submeter as baterias de seus aparelhos a testes nos laboratórios da CTIA, órgão regional de regulamentação para dispositivos sem fio ela preferiu utilizar suas próprias instalações.

A questão é a seguinte: todo e qualquer dispositivo equipado com baterias deve passar por vistorias nos EUA e para isso, existem 28 laboratórios da CTIA com técnicos especializados espalhados por todo o país. No entanto, sabe-se lá como a Samsung obrou e se locomoveu no que diz respeito ao Note7, e ao invés disso realizou os testes em um laboratório próprio, com seus técnicos internos.

Só daí já dá para perceber algo muito errado: se a Samsung estava segura de que o Note7 não representava um perigo, por que cargas d'água não se submeteu aos testes da agência? Os representantes da Samsung apenas se limitaram a divulgar os resultados dos testes, afirmando que o foblet “não apresentou problemas” em relação à bateria. Vale lembrar que no passado tanto a Lenovo quanto a Microsoft também mantiveram laboratórios próprios, mas ambos foram desativados por razões não informadas (uma provável pressão externa, eu diria).

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Entre os testes executados pela CTIA (no Brasil temos a CPqD para isso) estão expor as baterias a calor excessivo e ciclos de carga e descarga, principalmente para checar eventuais problemas de descarga rápida e superaquecimento. Em teoria a Samsung fez com que o Note7 passasse pela mesma bateria de testes, porém a realidade que vemos agora é outra totalmente diferente.

A meu ver a Samsung sabia de antemão que o Note7 estava com problemas, mas para evitar perder dinheiro o colocou no mercado mesmo assim e se esquivou dos testes da CTIA, apresentando os seus resultados internos (o que não deveria ter sido aceito em primeiro lugar, obviamente). Agora, cabe aos órgãos de segurança questionarem a Samsung se ela mentiu ou não (a resposta parece óbvia) em seus relatórios.

Com o Note7 descontinuado e recolhido, a Samsung estima um faturamento negativo de quase US$ 10 bilhões. Um processinho ou dois vão fechar essa pataquada com chave de ouro.

Fonte: The Wall Street Journal (paywall).

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