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UE aperta o cerco ao Google por práticas anti-competitivas envolvendo o Android

UE exige que o Google interrompa práticas anti-competitivas, como pagar incentivos em troca da instalação do Google Search em dispositivos Android.

7 anos e meio atrás

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Outro dia, outra martelada da União Europeia no Google. Uma nova investigação recente conduzida pela Comissão para a Competição levou a mais uma exigência do bloco contra a companhia, a de interromper práticas anti-competitivas que dizem respeito ao Android, precisamente o pagamento de incentivos a OEMs para que estas adotem o Google Search como o principal motor de busca de seus lançamentos.

A queixa apresentada pela FairSearch, um grupo de empresas que desejam reduzir o jugo de Mountain View sobre o setor acusa o Google de mais uma vez utilizar sua posição de líder do mercado para esmagar os rivais e não dar nenhuma chance à competitividade, algo que os reguladores europeus tradicionalmente abominam.  Além de pagar incentivos a parceiros para que dêem preferência ao seu motor de busca, como acusações anteriores já deixaram claro a gigante força a instalação de suas próprias soluções em detrimento das concorrentes, e força os fabricantes a não aderirem aos produtos de outras empresas sob pena de sanções e corte de investimentos.

De certa forma o Google faz isso não apenas para ferrar a vida de outros motores de busca como Bing e concorrentes locais, mas também de empresas que poderiam fechar acordos com OEMs para lançar produtos com seus sistemas mobile embarcados. Com a exigência do pacote Google de apps, concorrentes diretos como a Cyanogen não têm força para brigar e são preteridos.

As exigências da Comissão Europeia para a Competição, esta presidida por Margrethe “eu odeio o Google” Vestager são bem claras: interromper pagamentos de incentivos e oferecimento de descontos à OEMs para estas adotarem suas soluções, interromper a pressão para a adoção de seu pacote de apps e motor de busca em detrimento dos concorrentes e não punir ou ameaçar aqueles que não jogarem por suas regras. Caso Mountain se recuse a seguir as recomendações, a multa a ser aplicada será “num nível que garantirá a cooperação”. Ou seja, absurda. E não estamos falando daquela já prevista de 10% em cima de seu faturamento anual.

Vale lembrar que outras medidas estão sendo estudadas pela Comissão para reduzir o poder do Google no Velho Mundo, e entre elas a mais radical é de dividir a empresa ao meio, separando o Google Search das demais atividades e forçando o compartilhamento de seu próprio Graal, o algoritmo de busca com os concorrentes a fim de equiparar os concorrentes e fomentar uma competição equilibrada.

A verdade é que o Google cresceu demais, detém poder demais e nem de longe é bonzinho, logo suas práticas são vistas como muito nocivas ao mercado: qualquer empresa grande demais é uma ameaça à competitividade e inovação, e diferente dos EUA que são mais liberais nesse sentido, na Europa não tem moleza. Em nota, o Google afirma que apóia a inovação no bloco e que compete de forma equilibrada (hahaha), de certa forma afirmando que mais uma vez irá resistir às acusações.

E a novela continua…

Fonte: Reuters.

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