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Zuckerberg fala mal da SpaceX por perder satélite que nem era dele

E o tal satélite do Facebook que explodiu? Bem, pra começar nem era do Facebook, apesar do que a mídia preguiçosa tenta empurrar para você. Não que isso tenha impedido o Zuckerberg de fazer uma pirracinha e falar mal da SpaceX…

7 anos e meio atrás

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o AMOS-6, em dias mais felizes.

A Spacecom é uma pequena empresa israelense de satélites de comunicação. O ativo da empresa é de US$ 149,5 milhões e e o lucro líquido anual é de meros US$ 11 milhões, praticamente o do MeioBit, se adicionados US$ 11 milhões. Mesmo assim ela é chiquita pero cumplidora e atende seus clientes com uma frota de três satélites, AMOS-2, AMOS-3 e AMOS-4.

Se não fosse o acidente durante o teste do Falcon 9 uns dias atrás teria subido o AMOS-6, que agregaria ao pool da empresa mais 39 segmentos de banda Ku, 24 feixes de banda Ka, dois transponders de banda S e 36 feitos de banda Ka, só não me peça para explicar o que é isso.

O AMOS-6 seria usado para transmissão de sinais de TV (uso mais comum da Banda Ku) e dados (uso comum da Banda Ka).

O Facebook e a operadora de satélites Eutelsat decidiram alugar por um período de 5 anos, pagando US$ 95 milhões os 36 spots de banda Ka do satélite, mas depois por motivos técnicos isso caiu pra 18 spots. A idéia era fornecer internet para a África.

Notem que o Facebook não tem NADA a ver com o satélite. Ele é tão dono do satélite quanto eu, que sou cliente da SKY, sou dono do Intelsat 11 por usar uma fração da banda dele. Mesmo assim a mídia, que não consegue sequer contar diplomas se mostrou incapaz de entender isso, e repetiu a bobagem de “Satélite do Facebook” pra todo canto.

Pode ser a busca por cliques, pode ser a mania de achar que o leitor é o Homer Simpson, mas praticamente todos os veículos se referiam ao AMOS-6 dessa forma, o que é uma sacanagem com a Spacecom e os clientes como a Encompass, que tiveram seus projetos igualmente afetados.

Pior, até o Zuckerberg está acreditando nisso, e enquanto a indústria tentava entender o acidente, ele meteu a faca, girou e aproveitou para virar o centro das atenções, com um post completamente insensível:

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Ah lindão, você está profundamente desapontado porque a SpaceX destruiu o “seu” satélite? Que peninha todo mundo tem de você. Com certeza a Spacecom, que tem de receita bruta menos que o valor do satélite está solidária com a irreparável perda para seus negócios criando novos usuários do Facebook na África.

Do outro lado temos Tory Bruno, CEO da United Launch Alliance, principal concorrente da SpaceX, um administrador apaixonado pelo espaço e com maturidade para entender que não se leva negócios pro lado pessoal. O tweet dele para Elon Musk foi um show de simplicidade e elegância:

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Fonte: Esquire.

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