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Algoritmo do Facebook adivinha sua etnia através do seu comportamento

Filme sobre o grupo N.W.A teve três campanhas diferentes: o Facebook analisou o comportamento dos usuários para identificar a que etnia eles pertencem.

8 anos atrás

nwa

Filme baseado na história do grupo de rap N.W.A teve três campanhas distintas no Facebook, uma para cada grupo étnico

A gente sabe que o Google sabe mais sobre nossas vidas do que nós mesmos, mas normalmente não costumamos reclamar tanto porque Mountain View retorna esse “investimento” em serviços. Claro, não somos bestas e sabemos que nós somos o produto e não o cliente, mas por conta de benefícios mútuos seguimos tocando essa simbiose.

O Facebook é diferente. A única coisa que ele oferece é uma rede social para você usar mas não como você quer (e essa filosofia está migrando para seus outros produtos), enquanto ela não só coleta seus dados como vende uma solução que não passa de um placebo e pratica experimentos um tanto questionáveis.

A última do Facebook é similar ao processo de manipulação emocional do feed dos usuários, mas desta vez com o intuito de exibir ads específicos de acordo com as as características do usuário. Mas aí você se pergunta: a rede possui uma série de fakes e de pessoas que não compartilham nada além do mínimo necessário para criar uma conta, como ela pode direcionar o conteúdo?

Simples, ela analisa o comportamento.

Straight Outta Compton: A História do N.W.A. estreou nos cinemas em 2015. O filme mostra a explosão do gangsta rap através da história do grupo de onde surgiram os hoje bem conhecidos Ice Cube e Dr. Dre; o primeiro principalmente por ter se tornado um bom ator, o segundo por sua carreira de produtor musical (tendo revelado artistas como Eminem e 50 Cent) e por ser o fundador da Beats, que hoje pertence à Apple.

O EVP de conteúdo digital da Universal Doug Neil, como representante do estúdio responsável pela distribuição do filme explicou em um painel durante a SWSX como o Facebook precisou lidar com um problema encontrado por eles para a veiculação dos ads na timeline dos usuários. Grupos de etnias diversas poderam reagir de formas diferentes e se sentir atraídos ou não pela propaganda, mas a meta era impactar todos igualmente. Enquanto afro-americanos estariam mais inteirados da história do N.W.A, o “público geral” (leia-se caucasianos e isso são palavra de Neil, não minhas) só conhece duas pessoas do grupo e não por seu histórico como rappers. A comunidade hispânica também deveria ser atingida, e o Facebook teria que trabalhar em cima dessas três frentes.

Foram produzidos três clipes diferentes: o voltado para negros é focado na história do grupo e no fato de terem colocado Compton, Califórnia no mapa, o para brancos vende a película como a história da ascenção de Dre e Cube (ele também destaca Easy-E, que morreu de AIDS em 1995) e o terceiro, para hispânicos possui curtos spots com citações em espanhol. Isso feito, era só direcionar.

Num mundo ideal a rede do Zuck só teria que identificar quais usuários se consideram brancos, negros, latinos ou etc., mas nem todo mundo faz isso. Logo a solução encontrada, e que é utilizada ao menos desde 2014 é analisar o comportamento do usuário e com isso adivinhar sua etnia. A Universal utilizou o que a rede social chama de "grupos de afinidade", que é uma coleção de usuários construída em torno de ações como quais páginas eles curte, entre outros indicadores.

E não é como se o Facebook jogasse sujo, a ferramenta é pública. Atualmente são oferecidos quatro grupos para os interessados em veicular suas campanhas: “não-multiculturais” (brancos para encurtar), afro-americanos, asiáticos e hispânicos. E tudo feito às claras, nada escondido.

Embora muita gente ache um tanto preocupante o Facebook saber qual sua etnia mesmo que você não a informe e lucrar com isso, é fato que ao criar uma conta você aceita seus termos e eles são vagos o bastante para permitir tais ações. E se é para ganhar dinheiro…

Fonte: Business Insider.

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