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Uma visita ao Googleplex Brasil

15 anos atrás

Todo mundo já ouviu as histórias dos escritórios do Google, onde todo mundo é amigo do Rei, onde a existência é uma aventura, onde dá para fazer ginástica, andar de bicicleta, montar em burro brabo e tomar banhos de mar. Nos escritórios do Google pode-se ter a mulher que quiser, e -dizem- tem um processo seguro de impedir a concepção, tem telefone automático, e só não tem alcalóide à vontade porque é ilegal.

Você já pensou "vou-me embora para o Google"? Pois eu fui.

Semana passada um grupo de blogueiros foi convidado para um Happy Hour na versão brasileira da fábrica do Mr Wonka. Mas e aí? Será que o ambiente escr-digo, conservador das empresas brasileiras teria se infiltrado? Será que o Google estaria abrasileirado, no mau sentido? Só havia um jeito de descobrir:

Chegando no prédio (é só colocar as coordenadas 0,0,0,0 no Google Maps) fiquei fazendo hora até o momento de entrar. Um prédio comercial comum, no estilo dos prédios caros de SP. Até aí, tudo bem.

No 5o Andar fomos recebidos e encaminhados para a recepção, onde recebemos o que falta em quase todo evento de blogs: Etiquetas de identificação com nossos nomes e o do blog. De lá fomos a uma grande sala de eventos:

YES, e além dos salgadinhos muito bem-servidos, cerveja liberada. O Salão, aliás, era uma das áreas onde os funcionários iam para espairecer e fazer uma boquinha:

Do lado esquerdo balas, doces e salgadinhos. O sorvete era de verdade, e pela cara da Alê Ferreira, estava bem gostoso:

Em um dos cantos da cafeteria, 3 totens com PCs eram usados para demonstrar serviços como AdSense, Google Analytics ou o Google Maps. Mais importante: Cada um acompanhado de funcionários experts no assunto.

Talvez pela implicância do Google com a Microsoft, não houve Powerpoint. Em nenhum momento fizeram qualquer apresentação. Foi um evento exclusivamente de networking, o Google queria conhecer blogueiros e nós por nossa vez estávamos querendo ver a cara do Google, que costuma ser no Brasil a empresa mais fechada a blogs.

Devo dizer que foi bem gratificante, e embora todos estejam muito bem-treinados e não revelem nenhuma informação suculenta, foram excelentes e bem-sucedidos em dar uma cara humana à empresa.

Não são blogueiros, é o pessoal do
Google e da Agência de Comunicação deles.

Quando o número de presentes diminuiu, formou-se um grupo VIP e fomos conhecer as entranhas do monstro. Compreensivelmente não é permitido fotografar ou filmar, mas o interior era bem o que a gente imaginava vendo as fotos dos Googleplexos lá de fora: LIBERDADE.

Você precisa de um monte de bonecos de sapos em sua mesa para produzir? Então espalhe os bichos. Quer colocar uma placa de aluga-se em uma baia vazia? Pode colocar, ninguém vai questionar sua seriedade.

Lembrem-se, estamos em um país onde em "fábricas de software" é proibido qualquer objeto pessoal na mesa, que aliás nem é sua, você pega a primeira fazia. Um editor do MeioBit já trabalhou em uma empresa onde era proibido usar IPODS, diziam que "música distrái". Eu já vi um Presidente de Empresa dar bronca em um gerente: um programador, sem ter nada alocado, resolveu abrir um livro e estudar. "ele que estude em casa"foi a resposta.

O ambiente que vi lá, com mesas mais ou menos bagunçadas, gente personalizando seu espaço, tendo oportunidade de levantar e tomar um sorvete sem ser chamado de preguiçoso, é um sonho.

Para desespero de muitos, é bem semelhante ao ambiente que vi quando conheci a Microsoft Brasil, que também tem tradição de tratar funcionários como gente, e não um chefe que tive que chamava todo mundo de "recurso".

Ao final do primeiro salão de baias, uma área de lazer:

Sim, em primeiro plano é uma mesa de ping-pong, e eu ganhei do Edney. Ao fundo uma TV de plasma com DVD e tv por assinatura. Não vi videogames, e nesse ponto a Microsoft ganha, eles têm Xboxes. o Google tem karaokê.

Fora da imagem, uma bancada com café, petiscos e tudo que é revista e jornal que você pode imaginar. É, manter-se informado não é pecado no Google.

Em todo canto, mesas estrategicamente colocadas traziam docking stations com monitores e telefones:

Aqui, um detalhe interessante: Por mais cool que o Google seja, ninguém usa Macs. Todas as máquinas que vi eram Thinkpads da IBM, o que mostra uma preocupação maior com custos do que em parecer cool. Para os acionistas, boas notícias.

O Google Brasil adotou completamente o WIFI, na verdade é proibido qualquer cabo de rede por lá. Não existem tomadinhas nem os famigerados cabos azuis.

Outra: Ao contrário da grande maioria das empresas, o Google disponibiliza WIFI para visitantes. Basta concordar com os termos de uso, colocar seu email e clicar "OK". Sim, o Google agora tem meu email. Que mais saberão de mim depois disso?

No final saímos com a impressão de que o Google é uma empresa igual as outras -feita por gente- e não um monstro sem rosto. OK, pode muito bem ser um monstro, mas com uma carinha bonitinha, o que já é uma vantagem.

Vamos ver como se desenvolve esse relacionamento. Eu sinceramente espero que seja o começo de uma grande amizade.

Mais fotos neste set do Flickr

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