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Symphony of the Night e os jogos atemporais

O que faz com que o Castlevania: Symphony of the Night permaneça excelente ainda hoje? Seria apenas a mais pura qualidade? Ou será que a mecânica 2D o tem ajudado a envelhecer bem?

8 anos atrás

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No final de semana passado eu senti uma súbita vontade de jogar um Castlevania e então resolvi ligar meu Xbox 360 e iniciar aquele que considero o melhor capítulo da franquia, o Symphony of the Night. Conforme avançava na aventura, uma coisa não saia da minha cabeça: como aquele jogo permanece bom, mesmo já tendo se passado 18 anos desde o seu lançamento.

Ao contrário do que acontece no cinema, na literatura ou na música, os games costumam ser vistos como uma obra de arte com prazo de validade, com capacidade de chamar a atenção das pessoas apenas por um curto período. Muitas vezes o que faz com que os jogos se tornem obsoletos é o natural avanço tecnológico, mas até as próprias desenvolvedoras ajudam a acelerar este processo, lançando continuações num curtíssimo espaço de tempo e fazendo com que a edição deste ano acabe ofuscando a anterior.

Algo que tenho notado é que os jogos lançados no início da era 3D tem uma dificuldade maior em envelhecer bem e por isso não é difícil lembrarmos de títulos com gráficos poligonais que nos divertiram muito lá pela metade da década de 90 e que hoje parecem horríveis.

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Também temos que levar em consideração que os jogos com mecânicas em três dimensões evoluíram muito com o passar dos anos, passando a oferecer jogabilidades muito mais complexas e elaboradas, e se hoje devemos reverenciar as séries que se arriscaram no 3D por terem servido como o ponto de partida para chegarmos onde estamos hoje, encará-los atualmente é uma tarefa para poucos.

Independentemente do motivo, o fato é que poucos são os jogos que conseguem se manter relevantes muito tempo depois de terem sido lançados e o Symphony of the Night é um deles. Fugindo de uma tendência que se instaurava na indústria, aquele game foi construído mantendo uma jogabilidade em duas dimensões e com gráficos feitos com pixels, aposta que hoje podemos dizer ter sido muito acertada.

Visualmente a criação de Toru Hagihara e Koji Igarashi continua linda, com a trilha sonora composta por Michiru Yamane permanecendo entre as mais belas já compostas para um jogo eletrônico e se o enredo não se destaca, algo que por sinal parece típico dos metroidvanias, o prazer de explorar o castelo do Conde Drácula é algo que não mostra sinais da idade.

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Aliás, nos últimos anos o gênero voltou com força total, com vários jogos tendo sido claramente inspirados no Super Metroid ou no Symphony of the Night, mas poucos foram aqueles que chegaram perto do padrão de qualidade deste clássico da Konami, o que reforça ainda mais essa ideia de que o título permanece relevante e provavelmente permanecerá assim por muitos e muitos anos.

Hoje eu não consigo dizer quais games lançados atualmente eu estarei jogando daqui a 10, 20 anos, mas poderia afirmar com certeza que nunca enjoarei do Castlevania: Symphony of the Night, mesmo que a maneira de consumir videogames mude completamente, que a franquia receba inúmeras continuações e/ou modificações e que os gráficos atinjam o tão sonhado fotorealismo, porque se tem uma coisa do qual ele pode se orgulhar é que assim como o seu vilão principal, este título se tornou imune ao passar do tempo.

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