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Um hotel operado por robôs. Sim, Japão, claro.

Nossa que máximo, um hotel no Japão todo comandando por robôs, show, é o futuro, certo? Errado, é uma enorme roubada e ninguém merece passar uma hora nessa arapuca. Leia e veja o motivo…

9 anos atrás

Two front desk robots greet a hotel employee, right, demonstrating how to check in for the media at robot hotel "Henn na Hotel" in Sasebo, western Japan, Wednesday, July 15, 2015. (AP Photo/Shizuo Kambayashi)

A relação do Japão com robôs é mais forte do que a com tentáculos, só perde para a relação que envolve robôs com tentáculos. Os japoneses adoram a idéia de máquinas nos ajudando, mesmo que a realidade ainda esteja longe do ideal. Fukushima foi um bom exemplo, simplesmente não existia nenhum robô capaz de entrar no usina e desligar os reatores.

A grande diferença do Japão pro resto do mundo é que eles usam a tecnologia existente sempre que possível, como é o caso do hotel Henn Na, em Sasebo. O conceito é um hotel ecologicamente responsável (argh), operado totalmente por robôs, onde toda sua estadia é feita sem contato humano. Misantropos aprovam.

O pagamento é prévio, as reservas são pelo site ou e-mail e o hotel usa reconhecimento facial, assim não é preciso chaves para os quartos. Tudo, até o guardador de bagagens é automático, um carrinho-robô leva as malas até o quarto e na recepção você pode ser atendido por uma japinha-robô ou por um… velociraptor. De gravata-borboleta.

robohotel

É legal, é divertido, deve ser ótimo conhecer, mas eu garanto, é uma roubada sem tamanho. Veja o vídeo e em seguida explico:

Ruptly TV — Japan: See robo-dinosaurs serve guests at first ever robot hotel

Esse hotel é o exemplo perfeito de como a tecnologia robótica precisa avançar. Note como tudo é lento, mesmo na demonstração. O robô-maleiro dá agonia, o carrinho de bagagem dá vontade de sair chutando.

Lendo as letras miúdas, piora. A diária custa US$ 80,00 o que pra quem conhece Japão é uma mixaria, é preço de Formule 1, e os serviços não diferem muito.

O tal hotel robótico é tão confortável quanto o apartamento do Bender:

Benders_apartment_room

Os apartamentos não têm frigobar. Também não tem microondas, comprar pipoca ou lasanha na rua, esqueça. Serviço de quarto? Também não, se quiser desça e vá nas máquinas automáticas, ou como eles chamam, Smart Kiosk.

Restaurante? Também não tem.

Televisão? Não, mas dependendo da categoria do quarto eles te emprestam um tablet.

Lavanderia? Não. Roupão? Neca. Limpeza do quarto? Não. Arrumação da cama? Só pagando, US$ 10,00 por cama.

Ar condicionado? Mais ou menos, usam uma tecnologia chamada radiant panel air conditioning que basicamente um radiador passando água gelada por uma serpentina e absorvendo o calor ambiente. Na prática? Quantas vezes você ficou mais frio por estar perto da geladeira? Pois é.

Ah, não fique no segundo andar se você não gosta de subir escadas, o hotel não tem elevador. Estacionamento? Pare no Uis Ten Bosch, um parque aquático próximo e estacione lá, tem um ônibus pro hotel. Não gostou? Reclame com o bispo, mas do seu celular, os quartos não têm telefone.

Ou seja: a incrível experiência do hotel com robôs é uma roubada tão grande que parece ter sido criada pela Skynet. Mas os portais só mostraram o dinossauro engraçadinho, né?

Fonte: Quartz.

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