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Taylor Swift diz não à Apple

A Apple nem inaugurou seu serviço de streaming (ou inaugurou, sei lá) e já começaram a surgir as tretas. A maior é Taylor Swift, que proibiu a empresa de disponibilizar seu novo álbum, alegando que não quer trabalhar de graça durantes os 3 meses de acesso gratuito. Beleza, Taylor, você é muito mais importante que a Apple, que vai entubar 3 meses de custos operacionais.

9 anos atrás

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Não são só marketeiros que não entendem a internet. Músicos, acostumados com o modelo ruim mas real das gravadoras viram seu faturamento cair, o jabá desaparecer e não conseguiram se encaixar nesse admirável mundo novo.

Isso resultou em coisas como o Metallica chilicando, o Prince em 2007 iniciando uma cruzada anti-internet, para em 2010 dizer que a internet está acabada. Elton John por sua vez sugeriu fechar a internet por 5 anos.

Taylor Swift, a princesinha do pop apesar de não ter vivido o auge da indústria musical (e para ter uma visão muito legal do que foi isso tudo, recomendo a autobiografia de André Midani, que resenhei aqui) quer sua parte do bolo, principalmente do bolo do streaming. Ela decidiu não disponibilizar seu álbum 1989 no Spotify, e agora com o lançamento do serviço de streaming da Apple, também foi barrado por ela nos servidores de Cupertino.

Taydolf Swiftler, como é carinhosamente chamada pelo radialista Ralph Garman foi mais além e postou um textão no Tumblr, explicando seus motivos. Em essência a reclamação é que a Apple vai oferecer o serviço de streaming por três meses de graça, como test-drive, mas os artistas não serão pagos.

Normalmente eu concordaria, convenhamos, só um idiota produz conteúdo original e disponibiliza gratuitamente para download, mas estamos falando de uma estrutura de streaming que é um investimento caríssimo, atinge centenas de milhões de usuários e está chegando tarde, tem que correr atrás de gente satisfeita com o Spotify e outros serviços.

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A Apple não está agindo como a revista que me chamou para escrever de graça, e quando sugeri permuta explicaram que todas as páginas de publicidade já estavam vendidas.

O investimento em infra e divulgação é TODO da Apple, se der certo o serviço será bom para todos os envolvidos. Taylor diz que está pensando no pobre e humilde músico iniciante, que está começando e esses 3 meses de faturamento vão fazer falta. Diz ela que não está agindo como uma criança mimada.

Está sim, Taylor. Vou te contar um segredo: artistas desconhecidos iniciantes ganham MUITO pouco, o suficiente para não fazer diferença. Em um serviço novo então, três meses de royalties e nada é a mesma coisa. Esses artistas antes de você nascer estariam tocando de graça no MySpace. A maioria toca de graça no YouTube, com vídeos que sequer atingem visualização mínima para receber a esmola do AdSense.

Ela reclama que a Apple tem dinheiro para pagar os artistas, mesmo sem cobrar esses três meses. Tem, com certeza, mas até aí você também tem, Taylor, mas nem você nem a Apple são ONGs.

Taylor Swift está sim agindo como uma criança mimada. Ela não precisa do serviço da Apple, mas como assumir isso seria feio inventou ser defensora dos fracos e oprimidos.

[ATUALIZAÇÃO]

E não é que funcionou? Provavelmente querendo evitar desgaste de imagem, a Apple decidiu que não vai morrer se meter a mão no bolso. Atendendo á chiadeira da Taylor, Eddy Cue, VP Senior de Softwares de Internet e Serviços da Apple postou no Twitter:

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OK, a loura é poderosa, e se a lição é que quem não chora não mama, vale a tentativa:

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