Leonard Nimoy homenageado com um asteróide

Normalmente homenagens duram pouco. o povo ingrato esquece seus ídolos, seus líderes e obras que durariam mil anos homenageando seus construtores são rebatizadas com nomes como Autobahn ou Prédio da Chancelaria Não-Hitler. Muito raramente homenagens realmente permanentes se encaixam com gente que as merece.

É o caso do Asteróide 1988 RA5, descoberto em 1988 pelo astrônomo belga Henri Debehogne. Com uns 10 km de comprimento, é uma pedra respeitável, ocupando um lugar no cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter. Normalmente as regras para batizar corpos celestes exigem pelo menos 3 anos de morte do homenageado, mas o Centro de Estudos de Pequenos Planetas e União Astronômica Internacional abriram uma exceção, e aceitaram que 1988 RA5 passe a ser oficialmente conhecido como 4864 Nimoy.

É apenas lógico homenagear Nimoy, que por décadas representou a Ciência, a Lógica, a Nobreza e os mais elevados sentimentos vulcanos.

Gene Roddenberry criou uma utopia em Star Trek onde as pessoas seriam reconhecidas por suas habilidades e seu caráter, um mundo onde as necessidades da maioria se sobrepõe às necessidades da minoria, ou de um só, mas onde a amizade e a lealdade estão acima de tudo.

Desde 1966 o desejo de exploração, a busca pelo conhecimento exaltados em Star Trek tem inspirado cientistas, engenheiros, médicos, astronautas. Spock era a representação máxima dessa visão, e se Spock era o Cérebro de Star Trek, Leonard Nimoy era a alma de Spock.

Ele insuflou no personagem toda sua vivência, sua dignidade. Nimoy nunca imaginou que seu legado duraria tanto, nem que seria tão importante para tanta gente. Ele provavelmente daria uma risada de aprovação ao saber que foi homenageado com um asteróide, mas daqui a 30, 50 ou 100 anos, quando uma sonda construída via crowdfunding por trekkers depositar na superfície de 4864 Nimoy uma placa em homenagem a Leonard Nimsy, Spock, que é imortal erguerá a sobrancelha e comentará:

“Fascinante”.

Fonte: Slate.