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Assista hoje o lançamento da Orion, nova nave da NASA

É hoje! A NASA vai testar a Orion, a primeira nave em 40 anos com capacidade de levar humanos até a Lua. Ou além! Clique e veja quando e onde assistir ao vivo!

9 anos atrás

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Hoje a NASA fará o primeiro vôo de teste da Orion, sua nave mais avançada e que se bem-sucedida será o único veículo capaz de levar tripulantes além da LEO, a chamada órbita baixa, onde ficam a Estação Espacial Internacional, a Estação Chinesa e a Sandra Bullock.

Caso você esteja lendo isto e já sejam umas 10:00 (Brasília), corra para a NASA TV, ainda dá tempo. O lançamento é 07:00 EST.

A Orion é bem maior que a Dragon da SpaceX, mas só leva 4 tripulantes, contra os 7 da Dragon. Faz sentido, ela é pensada para missões bem mais longas. E se você tentar isso levando 7 pessoas ao invés de muita comida, algumas dessas 7 acabarão fazendo parte do jantar.

Com 5 metros de diâmetro e 21 toneladas, a Orion segue o mesmo modelo da Apollo, uma cápsula com um escudo térmico que fará uma reentrada no mar, com auxílio de paraquedas. A NASA é extremamente conservadora e não vai arriscar designs revolucionários a não ser que o ganho seja imenso, o que não é o caso.

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Grande é.

Com a Orion será possível viajar até a Lua, asteróides próximos e até Marte, com o módulo de serviço que está sendo construído pela agência espacial européia. A Orion em si é obra da Lockheed Martin.

As exigências para a Orion são completamente diferentes das de uma Soyuz, Dragon ou Cygnus. Além de suporte de vida funcionando por muito mais tempo, ela precisa resistir a doses de radiação bem maiores, pois irá além do Cinturão de Van Allen.

No vôo de teste de hoje a NASA vai validar os sistemas de controle automatizado, motores, navegação, sequências de separação e os escudos térmicos. O vôo durará umas 4 horas, com apenas duas órbitas. Na primeira, em altitude convencional a Orion se posicionará para uma segunda aceleração, que a colocará em uma órbita altamente elíptica com apogeu a 5.800 km, 15x mais alto que a Estação Espacial.

Essa órbita será ajustada para posicionar a Orion em uma reentrada em alta velocidade, muito maior que as cápsulas normais. Uma Dragon ou Soyuz reentram a uns 24 mil km/h. A Orion encontrará a atmosfera a 32 mil km/h.

Da mesma forma que a SpaceX, a Orion utiliza um painel de instrumentos simplificado, mas ainda assim conservador, com um bom número de botões e sem touchscreen.

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Claro, mesmo conservadora a solução da Orion é muito superior à Apollo, com um número quase infinito de botões, frágeis — Buzz Aldrin quebrou um botão na Eagle e teve que usar uma caneta no buraco pra acionar os foguetes quando decolaram da Lua- e acima de tudo, peso.

Um botão físico significa além do próprio botão um fio até o equipamento. Vá somando e acabamos com quilômetros de cabos. Mais coisas que podem falhar e mais peso para carregar.

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Todo mundo está empolgado e torcendo pelo sucesso, mas a realidade é que a Orion irá recuperar uma capacidade que tínhamos nos anos 60. E como é projeto do governo, está saindo muito caro — já é de longe a nave mais cara da NASA — e lento, muito lento. O próximo vôo será em 2017 e o primeiro vôo tripulado, só em 2021.

Esperemos que a concorrência com os russos, chineses, europeus e indianos faça a NASA se coçar. Nos tempos de hoje projetos com estimativas de décadas não conseguem mais atrair a atenção do público, e sem apoio popular é preferível abrir um curso de datilografia.

[ATUALIZAÇÃO]

A NASA não utilizou a tecnologia correta

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Então algumas válvulas que regulam o escape de oxigênio e hidrogênio líquidos não fecharam corretamente. Tentaram vários esquemas pra soltar as danadas, não deu certo e acharam melhor adiar em 24 h o lançamento.

[ATUALIZAÇÃO 2]

NASA — Orion Soars on First Flight Test

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