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Lucros da Samsung caem 74%; linha Galaxy perde tração

Falta de inovação e forte concorrência de LG, Motorola e companhias chinesas derrubaram lucros da Samsung e frearam vendas das linhas S e Note

9 anos atrás

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Esta quinta-feira deve ter sido um daqueles dias em que a alta cúpula da Apple estourou várias garrafas de champanhe: a Samsung já havia avisado seus investidores que os números do terceiro trimestre não seriam animadores, e de fato não deu outra: os lucros da companhia caíram 74% em comparação ao mesmo período de 2013. Esse é o segundo menor patamar desde o segundo trimestre de 2011.

A Sammy ainda é a maior fabricante de dispositivos móveis do globo, disso não há dúvidas. Entretanto, depois de anos de estagnação e descuido de suas linhas de meio-termo (a linha de entrada nunca foi grande coisa), a falta de novidades na linha top de linha (embora o Galaxy Note Edge tenha chamado a atenção, ele é apenas um protótipo e não será vendido em larga escala) e a forte concorrência que vem enfrentando de rivais como Motorola e LG, que vem cometendo grandes aparelhos com melhores características que a linha Galaxy que a venda dos aparelhos premium entrou em declínio. A maior parte do dinheiro está vindo dos gadgets mais baratos, entretanto eles não dão lucro significativo.

Embora não seja uma característica do mercado exterior, aqui no Brasil os preços das linhas S e Note escalaram muito nos últimos anos, se aproximando perigosamente da faixa de preço do iPhone, que vende principalmente por status em mercados emergentes. Em aparelho sem uma maçã nas costas com um preço semelhante não é algo que atraia consumidores, e é por isso que o Novo Moto X e o LG G3, dispositivos superiores em diversas características e com preços mais acessíveis acabaram por canibalizar o mercado top da Samsung.

Querem um exemplo prático para isso? Os camelôs são um bom termômetro para a popularidade de um determinado aparelho. Estava conversando com minha namorada esses dias e ela me disse que entre os vendedores de rua do Rio de Janeiro, apenas dois aparelhos são referidos por nome quando da venda de acessórios: o iPhone e o Moto G. Sua nova versão virou uma coqueluche, o preço acessível aliado a uma performance pra lá de decente acabaram por convencer usuários de diversos perfis, mesmo os que consumiam aparelhos top como os da Samsung que podem gastar menos e ter um smartphone muito bom.

A venda de smartphones caiu 22% durante o período, causando a situação inédita em que o setor de semicondutores se tornou o mais lucrativo para a Samsung. A culpa recai principalmente sobre a concorrência pesada não só da Motorola e da LG, mas também de companhias chinesas como Xiaomi e Huawei entre outras, que estão devorando o mercado asiático com gosto e não dando espaço para a Sammy. No Japão então nem se fala, ela apanha muito de locais como Sony, Sharp,  Kyocera e Fujitsu, além da Apple que demorou para ser líder no país. Pra o consumidor de lá, comprar um Android significa adquirir um produto japonês.

A Samsung acredita que os números serão melhores no Natal principalmente devido um possível boost nas vendas do Note 4 (que ainda não chegou ao Brasil), mas sinceramente não acredito nisso. O consumidor acordou, percebeu que adquirir um aparelho de US$ 699 como o Note 4, com quase nada inovador e uma UI sofrível não está mais valendo tanto a pena assim.

Fonte: 9to5G.

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