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Incluindo a linha Tegra, nVidia obtém lucros de US$ 128 milhões e Nexus 9 teria K1

nVidia desiste de emplacar os smartphones com o Tegra, mesmo esta linha de chips ARM customizados tendo conquistado sozinha receita de US$ 159 milhões no último trimestre. Se o próximo tablet Nexus utilizar o Tegra K1, canibalizaria o mercado do recém lançado Shield tablet?

10 anos atrás

Para passar por épocas econômicas difíceis, muitas empresas acabam cortando custos de forma até paranoica. Um dos piores cortes que se pode fazer é no marketing: como convencer as pessoas a gastarem seu sofrido dinheiro em produtos com menor exposição, produtos esses que elas não conhecem?

Aí temos o Tegra, uma linha de produtos feitos com puro marketing da nVidia que só começou a virar hardware mobile de verdade no modesto e honesto Tegra 4, utilizado em quinquilharias Android como o Shield Portable. Mesmo começando a ser bom competidor ARM apenas em sua 4ª geração, as aberrações anteriores conhecidas por Tegra 1 a 3 conseguiram fazer a nVidia famosa nos smartphones e tablets, pelo menos entre os fanboys que pouco ou nada entendem de hardware e que adoram ostentar para outros leigos o quanto a compra foi boa. Pura auto-afirmação. Marketing.

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Misturando marketing alienígena e hardware real, a camaleão verde de Santa Clara anunciou o Tegra K1 cujo desempenho gráfico é assustadoramente bom quando utilizado em um aparelho não-portátil. Sendo assim, não é surpresa ao vermos a nVidia superar as expectativas dos analistas com os atuais lucros, tendo a receita subido fortemente em comparação com o ano anterior da empresa.

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Shield tablet, a nova quinquilharia Android com Tegra K1 (Crédito: nVidia)

O maior destaque dentre os resultados financeiros anunciados é a linha Tegra: do US$ 1,1 bilhão de receita da nVidia no último trimestre, apenas a parte mobile representou 159 milhões de dólares. Mesmo representando pouco mais de 10% da receita, a linha Tegra cresceu 200% em comparação com o mesmo período do ano anterior, principalmente graças ao crescimento do uso do Android em automóveis. O uso do terrível Tegra 2 na maioria desses carros é mero detalhe.

Bom lembrar que embora a receita tenha sido US$ 1,1 bilhão; sendo 13% maior que no respectivo trimestre do ano fiscal anterior, o lucro líquido da nVidia representa 128 milhões de dólares, um crescimento de 33 por cento. Os analistas acabaram sendo surpreendidos pois previam lucro de 20 centavos de dólar por ação e a nVidia anunciou lucro de US$ 0,22/ação no trimestre.

Sobre o uso do encalhe dos Tegra em tablets e carros, o CEO da nVidia Jen-Hsun Huang disse em entrevista que a empresa não tem mais nenhum interesse em investir nos smartphones (Apple sempre rejeitou os Tegra, p. ex.): para ele o Tegra 4 foi uma experiência, um aprendizado para evitar usar os chips em aparelhos tão “triviais e populares” como os telefones celulares (o tio Laguna nunca considerou qualquer Tegra como hardware adequado para smartphones, mas divago).

A ideia da camaleão verde é entregar novas experiências em computação visual e ajudar o Google com o Android L em outros dispositivos potencialmente orientados a jogos mais elaborados. Isso se os desenvolvedores Android conseguirem custear o desenvolvimento desses games através de free-to-play (F2P) e/ou cobrarem mais que os famigerados 99 centavos de dólar, pois a nVidia já deu a entender que não vai mais patrocinar grandes jogos exclusivos para os Tegra tão cedo.

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Um esboço do que poderia vir a ser o design de um HTC Nexus 9 (Crédito: Latest News)

Embora rejeite os smartphones por serem meras commodities, a nVidia não pretende abrir mão da exposição de seu hardware nos futuros tablets Nexus: os novos rumores indicariam o uso de um Tegra K1 com CPU 64 bits e 4 GB de RAM.

Quanto à tela, ela teria uma resolução de 2560 × 1600 pixels para uma diagonal de 8,9 polegadas. Essa combinação resultaria em uma densidade de pixels de 339 PPI, que embora seja alta em relação a um iPad Mini Retina seria inferior aos atuais smartphones Android como o LG G3. De qualquer forma, a tela seria portanto uma versão levemente reduzida (em tamanho) da vista no velho Nexus 10.

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Mais um clone do DualShock (Crédito: PC World)

A pergunta que fica no ar: será que um Nexus 9 (ou Nexus 8, sabe-se lá a nomenclatura do Google) com o Tegra K1 concorreria com o Shield tablet ao usar configurações parecidas e o mesmo controle Bluetooth da nVidia? Ou a camaleão verde de Santa Clara vai fazer que nem a Sony e desistir de seu console/tablet dedicado a jogos?

Tudo bem que, assim como o Tegra Note, o Shield tablet da nVidia seria um design de referência que a camaleão oferece em sua loja pra meia dúzia de entusiastas comprarem, mas o Shield Portable nem chegou a ser referência de nada. 😆

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