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Tinha que ser na França: trens que custaram 15 bilhões de euros não cabem no buraco

Por falta de comunicação, operadoras de transporte metroviário da França erram as contas e compram 2 mil novos trens que são largos demais para poderem entrar em diversas estações regionais. Custo da “falha do equívoco” pode chegar a 50 milhões de euros.

10 anos atrás

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Costumamos dizer que nós brasileiros estamos fartos de fazer e presenciar pataquadas, e que nenhum outro lugar do mundo parece ter gente tão pateta (de ser patético mesmo) quanto alguns de nossos conterrâneos.

A frase “tinha que ser no Brasil” é a precursora da já famigerada “quero ver na Copa!”, e claro que muita coisa está errada no nosso país e é claro que muita gente erra e é claro que há muito pra corrigir e é claro que teve corrupção nas obras da Copa, sim sim sim, concordo com tudo isso. Mas não é só no Brasil que vemos erros bisonhos acontecendo.

A operadora de transporte metroviário SNCF descobriu que 2 mil dos novos trens que ela tinha comprado, a um custo de 15 bilhões de euros (aproximadamente R$ 45 bilhões) são largos demais para muitas das plataformas regionais.

Muitos diriam que é só uma questão de jeitinho. Seu Jorge diria que a estação güenta, mas a empresa resolveu não arriscar.

Uma construtora já foi contratada para corrigir e reconfigurar as estações. Cerca de 1.000 delas precisarão ser ajustadas e o custo adicional pode chegar a € 50 milhões.

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Tá, mas como um erro tão grosseiro pode ter acontecido? Falta de comunicação, o principal câncer de qualquer projeto, de qualquer área. A operadora nacional RFF forneceu as medidas erradas para a SNCF.

Segundo um correspondente da BBC, as medidas padrões utilizadas datam de 30 anos atrás, sendo que muitas estações tem muito mais de 50 anos, quando os trens eram menores e mais finos.

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O Ministro dos Transportes, Frederic Cuvillier, culpou o “bizarro sistemas de trens” pelos problemas. As empresas são órgãos distintos, em esfera federal, estadual e em alguns lugares, municipal, e aparentemente não há integração entre seus departamentos de infraestrutura.

Quando você separa a operadora dos trilhos da operadora dos trens, é isso que acontece” — disse ele.

Ao menos eles tiveram a decência de expor o problema para a população, os custos iniciais eram aceitáveis e não existem indícios de formação de cartel. Já é alguma coisa.

Fontes: BBC e Guardian.

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