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Esqueleto de 12 mil anos sugere que o homem migrou para a América apenas uma vez

Esqueleto de jovem que viveu entre 12 e 13 mil anos revela que a migração humana para América se deu uma única vez, e que todos os nativos estão ligados.

10 anos atrás

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Uma expedição científica numa caverna submersa no México resultou numa das descobertas mais importantes dos últimos anos. Pesquisadores encontraram o esqueleto humano mais antigo e completo das Américas, pertencente a uma adolescente que viveu entre 12 e 13 mil anos atrás. Não obstante, seu DNA revelou que ao contrário do que se pensava, a migração humana para o continente se deu uma única vez e não em diferentes períodos, ou tendo vindo de regiões diferentes.

O esqueleto da jovem em questão, que foi batizada de "Naia" foi descoberto por um time de exploradores na caverna submersa de Hoyo Negro, na península do Yucatán em 2007. O fosso em que ele estava depositado, junto com ossadas de tigres-dentes-de-sabre e preguiças gigantes fica a 30 m abaixo do nível do mar. Análises revelaram que a jovem tinha entre 15 e 16 anos quando morreu, provavelmente em decorrência da queda no fosso - o esqueleto estava virtualmente intacto, salvo fraturas na pélvis que reforçam essa teoria. Além disso, o esqueleto estava em tão bom estado de conservação apesar dos quase 13 mil anos de idade que foi possível extrair DNA de um de seus molares.

Foi através do sequenciamento do DNA que foi descoberto que ela pertence a uma linhagem asiática que atravessou o estreito de Bering entre 26 e 18 mil anos atrás, época em que ligava as regiões que hoje são o Alasca e a Sibéria. Não obstante, seu DNA a liga com as populações de paleoamericanos e as populações nativas atuais, como as presentes no Chile e Argentina.

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Até então, como as populações nativas possuem características diferentes dos paleoamericanos que primeiro chegaram no continente, acreditava-se que a migração humana foi feita em etapas, em diferentes estágios de evolução. Outros acreditavam que por se assemelharem mais aos africanos do que com os nativos modernos, que possuem traços mais asiáticos, os paleoamericanos teria, sido colonizados mais de uma vez, ou que a colonização durante a época das Grandes Navegações teria induzido essas mudanças.

Entretanto não é o caso. Como Naia é um espécime bem antigo, ainda que apresente os mesmos traços de outros paleoamericanos como crânio estreito e longo, com uma face mais curta e menor, ela possui ligação genética com populações nativas de hoje, e por isso tudo leva a crer que a migração para a América se deu uma única vez através da Ásia, e que as populações evoluíram para apresentarem as características atuais ao longo dos milênios. A pesquisa foi publicada na Science.

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Fonte: NG.

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