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GTA VI – Havana? Esqueça. Cuba fecha cinemas e fliperamas particulares

Como desgraça pouca é bobagem, Cuba resolveu apertar o cerco contra o que considera inimigos culturais da Revolução, e abraçando a cartilha da extrema direita histérica americana, vai atrás de… videogames. Isso mesmo. Fidel e Jack Thompson lado-a-lado. O Governo de Havana desceu ordem para até o fim do ano todos os cinemas particulares e fliperamas fecharem suas portas.

10 anos atrás

drfidelhattan

Cuba é um anacronismo histórico no Século XXI. Deveria ter entrado em colapso depois que parou de receber dinheiro da falecida União Soviética, mas depois de roubar descaradamente US$ 1 trilhão de um honesto empreendedor americano, ganhou uma sobrevida que dura décadas.

Além de presos políticos, censura e amizade com Hugo Chavez, Cuba tem outros hábitos nefastos, como controlar fortemente sua economia. Internet ainda é algo rigidamente vigiado, pouca gente tem acesso. A economia informal vai bem, desde que foi mais ou menos liberada nas reformas de 2010, mas somente os ramos que interessam ao Governo.

Como todo mundo que leu George Orwell (ironicamente, tido como comunista) o controle da informação é vital para regimes autoritários, e o pessoal do Fidel sabe disso. Tanto que perceberam o risco e estão mandando fechar todos os cinemas privados. Por cinema entenda sala de exibição, um cômodo onde o sujeito enche de cadeiras de prástico, cobra algumas pesetas, dracmas ou seja lá como chamem os pesos cubanos, e exibe um filme piratex. Algumas vezes até em 3D.

Do ponto de vista do Raúl é compreensível. Ninguém quer cubanos assistindo V de Vingança, mas a perseguição se estendeu também para… Videogames.

Como o salário médio em Cuba varia entre US$ 15,00 e US$ 25,00, um cubano teria que trabalhar 7,4 anos para comprar um PS4 no Brasil. E sem internet, jogos online nem pensar. A saída são os bons e velhos fliperamas, onde videogames são disponibilizados, estilo lanhouse, e a molecada se diverte.

Só que diversão e comunismo são inimigos. O vice-ministro Fernando Rojas disse que “o tipo de entretenimento promovido por esses estabelecimentos desafia a política de qualidade do consumo cultural dos cubanos”. Até o final do ano, tudo que é cinema e fliper, fechados. Só restarão os cinemas oficiais, onde passarão apenas filmes cubanos ou — o horror — brasileiros.

Mais uma vez o governo decidindo o que é bom e o que não é. E antes que você veja dizendo que isso é coisa de ditadura comunista, lembro que vivemos em um país onde o governo precisa ter saída mágica para tudo, e pessoas acham que políticas governamentais deveriam banir funks, pastores, comediantes, zorra total, Faustão e reis do camarote. O nosso próprio povo tem uma semente ditatorial, onde a idéia de que alguém possa gostar do que não gostamos é alienígena.

Cuba não faz o que faz por ser malvada, faz porque pode.

Fonte: The New York Times, mas como sei que vai ter mimimi nos comentários, aqui o original do Granma.

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