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Luz, câmera, Linux.

16 anos atrás

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Que a indústria cinematográfica é uma das indústrias mais ricas de todo mundo todos sabem, entretanto uma coisa “um tanto” curiosa, parece está acontecendo em Hollywood: Uma linha de produção baseada em Linux.

Um artigo interessante do Linux Journal cobriu um “acontecimento” um tanto curioso, a produção do filme The Spiderwick Chronicles da Paramount. É um artigo um pouco velho, foi publicado no dia 1° de Fevereiro, porem ainda habita a página principal do site, que é especializado em noticias do mundo Linux.

Logo de cara o artigo já se torna polêmico: o site classificou o Linux como escolha perfeita para filmes de animação como o Spiderwick Chronicles. Bem, não sou não sou nenhum entendido na área, mas a primeira coisa que me vem na cabeça é que esta é uma definição um tanto pretensiosa e ao mesmo tempo inesperada.

A idéia de mudar para Linux é novo na indústria cinematográfica, lembrando é claro que o uso de sistemas Unix nas áreas de super-computação é algo muito tradicional, como é ressaltado no próprio artigo, entretanto o OS X sempre pareceu ter seu lugar consolidado nessa industria devido as qualidades do sistema, o poder de processamento dos Mac, e a softwares como o Adobe Photoshop, Final Cut Pro e ProTools.

Sabendo que a indústria cinematográfica é muito rica, usar Linux nada tem a ver com o preço das licenças ou similares, portanto ao ver a indústria do cinema usando algo como o Linux só pode significar insanidade, não é verdade?

A Tippett Studio, empresa responsável pelos efeitos gráficos do Filme (A mesma do Matrix), conta no artigo que hoje possuem cerca de 119 computadores Apple Mac Pro Intel rodando Linux. E diz que um dos principais motivos para esse tipo de adoção é uma melhor relação “custo-benefício” em termos de processamento e consumo de energia, mas ressalta que usam em paralelo Windows e Mac OS quando preciso.

O principal software de desenvolvimento é o Maya, que possui uma versão nativa para Linux, um dos poucos softwares das grandes produtoras que foram portadas para a plataforma do Pingüim, e parece está agradando muito, o que é muito bom para a plataforma, pois incentiva que outras empresas tomem a mesma iniciativa.

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Outra coisa muito interessante: é citado que estúdios como DreamWorks usam o wine para emular o Photoshop no Linux, o que seria inconcebível para os puritanos de plantão, afinal “nada melhor que rodar uma aplicação Windows no Windows”, assim situações como essa mostram que essa API alcançou um nível de amadurecimento muito grande, e provavelmente em muitas aplicações está sendo possível acrescer produtividade, utilizando de características do sistema Linux (ex : Baixo delay do kernel) para melhorar o desempenho de aplicações criticas como essa, que demandam uma quantidade enorme de processamento.

Também é citado que o OpenSource é uma “parte” muito importante do processo, principalmente para no que se diz respeito a padrões, citando como exemplo o OpenEXR Project.

Não vou tirar a graça da leitura do artigo original que pode ser encontrado aqui, porém adianto que é uma leitura bem interessante para quem gosta de ficar antenado nas novidades da indústria do cinema.

image Porém, notícias como esta servem para apagar um pouco daquela imagem de que Linux é algo passageiro e irrelevante; a indústria parece investir pesado nele, sem nenhuma relação com custo ou brigas comerciais com a Microsoft . A cada dia mais empresas parecem adotar o Linux por sua qualidade como plataforma e pelas possibilidades futuras* que a mesma poderá proporcionar a elas, afinal mesmo que Linus Torvalds venha a falecer, Steve Ballmer fique maluco e afunde a MS, Steve Jobs resolva virar hippie e esses sistemas venham algum dia ser descontinuados, a certeza de que o licenciamento do Linux dá a essas empresas é que cada centavo investido na plataforma poderá ser aproveitado a longo (bem longo nesse caso) prazo.

*Sim eu sei que é só especulação e não posso provar essa afirmação.

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