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Abelhas estão sendo treinadas na Croácia para caçar minas terrestres

Na Croácia as abelhas estão sendo treinadas por uma Universidade para sentirem o odor e, assim, identificar explosivos terrestres.

11 anos atrás

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Créditos: PerspectiveStock

Por volta do 1912, a região hoje formada pela Croácia, Sérvia, Montenegro, Grécia, Romênia, Turquia (sucessor do Império Otomano) e Bulgária foi palco das chamadas Guerras Balcânicas, ou Guerras dos Bálcãs. E por mais que estes conflitos tenham cessado há várias décadas, uma área com cerca de 1.200 km² ainda está cheia de minas terrestres prontas para dilacerar os desavisados. Um levantamento recente aponta que os números podem passar de 90 mil unidades espalhadas, sem nenhum tipo de mapa apontando suas localidades. Mais de 2.500 pessoas, entre civis e militares, já morreram em decorrência das explosões.

A Croácia, que passará a fazer parte da União Européia no próximo 1º de julho, está tratando de resolver o problema das minas de uma forma inusitada: treinando abelhas para encontrar e, quem sabe, desativar os artefatos.

Enviar animais para fazer o trabalho sujo não é lá uma novidade. O uso de cachorros, por exemplo, já acontece há tanto tempo que filmes como o K9, com o James Belushi, nem na sessão da tarde passam mais. Mandar animais para a guerra é algo que acontece em todo conflito armado (alguns deles chegam a alcançar altas patentes, inclusive), mas colocar abelhas para realizar tarefas assim, isso é novidade.

A ideia é do professor Nikola Kezic, da Universidade de Zagreb, um expert no comportamento destes insetos. Kezic tem trabalhado com uma equipe de pesquisadores desde 2007 tentando fazer com que as abelhas identifiquem as minas através do cheiro, uma vez que elas são hábeis “caçadoras de odores”.

Vários indivíduos da espécie estão sendo treinados, usando partículas de dinamite misturadas à comida. Desta forma, as abelhas podem associar o cheiro dos explosivos e buscá-los nos terrenos minados. Por mais absurdo que isso possa soar, aparentemente a técnica está funcionando: é o que revelam os recentes testes publicados pela Universidade. Para identificar quais abelhas estavam ou não aptas à tarefa, os pesquisadores espalharam vários pontos de alimentação em um ambiente controlado, e colocaram as partículas de dinamite somente em alguns deles. A maioria das abelhas evitou a trivial água com açúcar e preferiu os pontos batizados com TNT.

Todavia, ainda há muito trabalho a ser feito. Kezic explica: “Uma coisa é treinar meia dúzia de abelhas. Outra coisa é treinar uma colônia inteira. Além disso, o cheiro da dinamite tende a evaporar muito rapidamente, deixando apenas alguns traços para que as abelhas sigam”. O teste controlado definitivo será feito quando as abelhas de fato serão colocadas em um campo minado de verdade.

Provavelmente os insetos nunca serão capazes de identificar todos os explosivos em uma área tão extensa, mas podem dar uma ideia de onde eles estão, usando câmera termográficas para seguir o caminho percorrido, por exemplo. Se o projeto funcionar em um ambiente real, isso pode ajudar a salvar milhares de vidas.

E no Brasil? Será que a gente poderia usar esta ideia de alguma forma?

Fonte: AP via Gizmodo.

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