Meio Bit » Arquivo » Miscelâneas » Só pirateia quem quer 2 - A Missão

Só pirateia quem quer 2 - A Missão

11 anos atrás

Se você chegou aqui agora, recomendo que leia antes o primeiro texto onde falei sobre pirataria, clicando aqui. Já leu? Ok, siga em frente. O assunto pirataria é controverso, pois envolve questões técnicas, éticas, morais, legais, intelectuais e demais ais que existem no dicionário. Como o post rendeu bastante (até o momento foram mais de 500 likes e 391 comentários), achei importante fazer alguns esclarecimentos sobre pontos levantados.

O ponto central do texto: pirataria é errado, fim de papo. Não importa, em nenhum caso, o tipo de argumento utilizado. Seja violação de direito autoral ou violação de propriedade intelectual. Faltou no texto um pouco mais de clareza nessa questão. Ao meu ver, o grande problema não é a pirataria em si, mas a falta de noção das pessoas em perceber que independente de haver punição ou não, há ali um delito, uma atitude que, perante nossas leis, configura crime (não necessariamente roubo, como eu havia dito). A velha atitude de "se tem de graça, pra que vou pagar?", como o sujeito que pega uma contra-mão pra ganhar tempo ou o esperto que estaciona na vaga do idoso. Parece bobagem, mas há uma enorme diferença entre praticar esses atos tendo ou não consciência das consequências. Para quem acha que não é errado, ainda é preciso demonstrar porque isso é errado, para a partir daí convencer a pessoa em questão a adquirir os originais.

Sobre todos os ataques pessoais feitos a mim (uma enorme quantidade de comentários, diga-se), é importante salientar, que: xingar, ofender, atacar, desqualificar o autor do texto, nada disso serve de contra-argumento ao texto em si, tampouco serve como justificativa para piratear qualquer coisa. O engraçado é que alguns leitores encontraram tweets meus citando links de torrents, onde eu falava que estava fazendo algum download ou copiando alguma coisa. Vou dar uma dica: há muito mais tweets do que os que vocês encontraram. Nisso o texto é bem claro: não sou contra a pirataria e não condeno quem pirateia (não sou juiz nem desenvolvedor). Falei isso com todas as letras: PREFIRO não piratear. Dou preferência ao original. Raramente pirateio alguma coisa, salvo em situações específicas. Isso me faz mais bonzinho ou correto? Não. Correto é quem nunca pirateia nada. E eu não sou um desses certinhos.

Conforme eu disse antes, mantenho minha opinião de que, hoje, principalmente músicas e jogos, só pirateia quem realmente quer levar alguma vantagem. E não há nenhum tipo de exibição, não estou "pagando de rico" como me disseram. Hoje mesmo comprei dois jogos: Far Cry 1 e 2. São jogos já antigos, que não comprei antes porque eram caros. Paguei R$4,00 em cada um deles hoje. É essa a noção que eu quero passar: comprar os originais é simplesmente o correto a se fazer.  Tampouco comprar softwares originais é motivo de orgulho, é uma obrigação como outra qualquer, como pagar impostos. Há diversos jogos que sempre quis ter e nunca comprei porque discordava dos preços absurdos. Também não tenho paciência de baixar versões crackeadas e receber trojans e malwares ou transformar meu computador num botnet da vida.

Há uma série de outras discussões que já foram exaustivamente debatidas, como preços abusivos, lucro excessivo, impostos absurdos, qualificação de games como jogos de azar, etc. Esclarecer que piratear é, para todos os efeitos, errado, não invalida ou tampouco elimina a necessidade de discutir essas outras questões, que são fundamentais no incentivo a pirataria. Não são coisas mutuamente excludentes. Piratear também não é "coisa de brasileiro". Tenho plena convicção de que a grande maioria iria preferir os originais se estes tivessem um preço mais acessível e justo.

Críticas e sugestões são bem-vindas, pois servem para a melhoria do debate e para o engrandecimento de quem escreve e de quem lê. O que este escriba promete, a partir daqui, é tentar ser mais claro nas mal-traçadas linhas que escreve por aqui.

Abraço!

Leia mais sobre: .

relacionados


Comentários