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Jogos casuais dominando o mundo

17 anos atrás

Algo irônico está acontecendo com a indústria dos videogames. Enquanto as empresas vêm gastando milhões de dólares para desenvolver consoles capazes de rodarem jogos cada vez mais realistas, o mundo começa a voltar suas atenções para os jogos casuais. Jogos que a maioria das pessoas conseguem jogar, tendo experiência com videogames ou não, muitas vezes com gráficos simples e o mais importante, com jogabilidade simples e que não exigem horas ou até dias de dedicação do jogador.

Isso está ficando cada vez mais evidente, seja com as vendas impressionantes do Nintendo DS ou do Wii, ou com empresas gigantescas como a EA montando estúdios exclusivos para o desenvolvimento dos Casual Games. Pra se ter uma idéia, estima-se que um jogo topo de linha para o Xbox 360 ou PS3 custe cerca de 30 milhões de dólares para ser produzido e como o preço desses consoles é relativamente alto, menos pessoas compram eles. Com uma base instalada pequena, a chance de vender esses jogos é menor.

Por outro lado, os jogos casuais custam menos de 1 milhão de dólares para serem produzidos e como são vendidos com o preço entre US$ 5 e US$ 30, há uma grande chance de muitas pessoas comprarem. A matemática é simples: muitas  empresas estão preferindo apostar em ganhar 1% de 100 milhões do que ganhar 10% de 1 milhão. Ou seja, estão gastando menos, vendendo mais e agradando uma boa parcela dos jogadores ou então convertendo novas pessoas em jogadores.

Mas não pense que apenas a BigN está sabendo tirar proveito desta tendência. Várias softwarehouses estão enxergando no mercado de celulares um novo eldorado. Como os aparelhos estão ficando cada vez mais potentes, muitos jogos execelentes estão aparecendo nos telefones móveis e o jogador casual está adotando a idéia. Jogador este que muitas vezes nem possui um console em casa mas que não pode ficar sem um joguinho para passar o tempo na fila do banco.

Porém é importante notar que quem apostou todas as suas cartas neste nicho de mercado foi a Nintendo. A companhia não vinha muito bem das pernas e caso o Wii fosse um fracasso, hoje poderíamos estar vendo a empresa japonesa ser vedinda para uma concorrente. A BigN mostrou que a mesma indústria que movimentou 30 bilhões de dólares no último ano ainda permite que inovações sejam feitas, desde que as empresas consigam oferecer o que o público deseja.

Atenção! Preparem as pedras. O que vou falar agora irá desagradar meio mundo. Mesmo com a falta de tempo que tenho tido, particularmente ainda prefiro os jogos mais complexos. Quanto mais história tiver melhor, quanto mais interatividade melhor. No último final de semana consegui finalmente jogar o Wii. Sinceramente não gostei muito. É tudo muito legal mas no final das contas acho que ainda prefiro o jeito tradicional de se jogar. Pode ser que eu tenha me decepcionado um pouco por ter jogado apenas os jogos mais simples do console, mas cheguei à conclusão de que não quero um Wii para mim. Sou o tipo de jogador que gosta de jogar sozinho, no escuro e aproveitando ao máximo o jogo e pensando assim, acho que o videogame da Nintendo não me satisfaria.

Ok, eu sou um dos que estão naquelas poucas dezenas de pessoas que não venderia um rim para adquirir um dos maiores fenômenos da história dos jogos eletrônicos, mas o fato é que fiquei com a senseção de que o aparelhinho leva ao pé da letra demais a idéia de tentar fazer com que pessoas aprendam a jogar videogame. Eu estou jogando videogames a mais de 22 anos da forma tradicional, sentado em um sofá com um controle na mão e usando basicamente meus polegares e no fim das contas não consegui me adaptar direito ao controle do Wii. Não estou dizendo com isso que o videogame da Nintendo é uma porcaria, apenas que se fosse comprar um console da nova geração, o console do controle diferente não seria minha primeira opção.

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