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Astrônomos descobrem Oa, ou pelo menos Krypton

12 anos atrás

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A estrela é HIP 11952, fica a 379.19 anos-luz da Terra, está prestes a se tornar uma Nova, pondo fim a uma História que é quase tão antiga quanto o Universo.

Em sua órbita os cientistas do Instituto Max-Plank de Astronomia descobriram dois planetas. Um  -HIP 11952 b- com 2,93 vezes a massa de Júpiter, outro –HIP 11952 c- quase 0,78. Não são os primeiros exoplanetas identificados, mas são de longe os mais antigos.

A estrela em questão é uma gigante gasosa com 0,83 massas solares mas raio 1,60 vezes o do Sol. É uma estrela velha, muito velha. Tem pouquíssimos elementos pesados como Ferro em sua composição. Carl Sagan dizia – ”não somos barro, somos feitos de estrelas”. Na verdade muitos dos elementos que achamos comuns hoje se originaram em supernovas. Uma estrela precisou explodir para que você pudesse existir.

 

Só que 12.8 bilhões de anos atrás, em um Universo cujas teorias mais aceitas indicam ter 6.000 13.75 bilhões de anos de idade, não havia muito material sobrando de estrelas de gerações anteriores. A própria Via Láctea ainda estava se formando, quando a HIP 11952 se formou e logo depois os planetas se condensaram em suas órbitas.

Eles são gigantes gasosos como Júpiter e Saturno, mas é possível que haja planetas menores ainda não identificados. A estrela ter pouco material pesado não quer dizer que não tenha nenhum, e Carbono é relativamente abundante.

Pode ser que um planeta habitável tenha surgido em órbita de HIP 11952, e só imaginar isso já dá calafrios. Estamos falando de vida surgindo quase 13 bilhões de anos atrás, logo após a origem do Universo. Vida com pelo menos 8 bilhões de anos de dianteira em relação a nós.

Imaginando que sejam reais, fica complicado imaginar além do fato em si. Em 4 bilhões de anos deixamos de ser gosma flutuando em um oceano qualquer e viramos a Scarlett Johansson. Em 3000 anos deixamos de viver na Idade do Bronze e estamos explorando o Espaço. (só mantemos algumas crenças da Idade do Bronze, mas tudo bem).

Depois que uma espécie desenvolve Inteligência sua evolução se torna muito rápida. Hoje a única forma de você morrer de apendicite é por azar. 200 anos atrás? Caixão na certa. Olhe os avanços nos últimos 50, 100, 500 anos. Imagine 8 bilhões.

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Alguns filósofos dizem que nós sequer reconheceríamos essas criaturas, que estariam em um estágio tão distante que não as perceberíamos como entidades biológicas. Outros dizem que já teriam ultrapassado a vida biológica, a vida sintética, e teriam aprendido a integrar suas mentes na própria estrutura do espaço-tempo. Soa como viagem, e é, mas… 8 bilhões de anos.

Agora, a questão que soa como mindfuck: Eles podem estar lá, e não ter a menor idéia de que estamos aqui. Lembra da sensacional abertura de Contato? Pois é. A Terra está no centro de uma bola de sinais de rádio com 111 anos-luz de raio. Fora disso ninguém sabe que existimos. Os radioastrônomos de HIP 11952 (se bem que radiotelescópio para eles deve ser tão avançado quanto uma lança de pedra para nós) podem ter apontado seus instrumentos por milhares, milhões de anos e nada detectaram.

Podem muito bem ter desistido, achando que se houve vida na Terra, nunca se desenvolveu além dos estágios mais primitivos (acho que estão certos). Há o risco de que quando nossas primeiras transmissões chegarem lá, no ano 2280, sexta-feira, 14 de Fevereiro (um sábado), 13h15min (sim, dia e hora chutados, claro) não haja ninguém com telescópios apontados para a Terra.

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Mesmo que não haja nada por lá, a descoberta é importantíssima, pois mostra que a gênese planetária ocorreu muito antes do que se imaginava. Se estrelas antigas podem ser acompanhadas de planetas, isso torna a possibilidade de Vida no Universo muito mais comum, por pura probabilidade.

O outro lado é que com bilhões de anos para criar impérios galácticos, esse pessoal deveria fazer muito mais barulho, e embora nossos esforços em busca por inteligência extra-terrestre mal tenham 50 anos, o Universo anda MUITO silencioso.

Fonte: Daily Galaxy

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