Meio Bit » Arquivo » Indústria » Autodesk University Brasil 2011

Autodesk University Brasil 2011

12 anos e meio atrás

Unanimidade desde os tempos do DOS (Sorry, FreeCad) o Autocad chega em sua versão 2012 com uma penca de novidades, inclusive a capacidade de visualização (E EDIÇÃO!) de projetos na nuvem, via web browser ou aplicações Android ou iOS. Só que fora do nosso meio pouca gente sabe que a Autodesk tem mais que um produto.

Na verdade sâo mais de 150 produtos, cobrindo de simulação a pós-produção e computação gráfica, além de joguinhos de iPad.

MUITO antigamente eu cheguei a brincar de computação gráfica com o 3D Studio no DOS, mas graças a meu protetor Arcanjo Samael, tudo se perdeu nas areias do tempo. (sim, era vergonhoso)

Mesmo assim a área sempre me atraiu, então fiquei muito feliz quando semana passada fui a São Paulo a convite da Autodesk para participar do Autodesk University, um encontro entre usuários e empresa, onde são apresentadas novidades, cases e aulas com gente top do mercado.

 

 

Como todo bom evento do gênero o lineup foi uma escolha de Sofia. Como não era possível ir em todas as palestras, escolhi as que eu tinha uma vaga idéia do que estaria sendo tratado, ao contrário de temas como “Vault Collaboration & Buzzsaw”, que me parece um excelente título para um filme misturando Jogos Mortais e Silêncio dos Inocentes.

A primeira que assisti foi “Animação Digital - Efeitos Visuais avançados com Partículas do Softimage e interoperabilidade com 3ds Max”, apresentada por Victor Herrera,

O mercado 3D é bem pequeno em termos de oferta, é mais ou menos como o de navegadores web, só que os fãs são muito mais xiitas e a curva de aprendizado de um programa desses é insana, daí a resistência da maioria em mudar de software.

Só que nem todos os programas são iguais, alguns são mais fortes do que outros. Como a Autodesk resolveu isso? Comprou os principais concorrentes do 3D Max, como o Maia, Softimage, garantiu que todos fossem amiguinhos e falassem entre si, e agora o cidadão pode usar os vários programas, se valendo dos pontos fortes de cada um.

No caso foi demonstrado como exportar e importar modelos do 3D Max para o Softimage. Qual o propósito? Usar as ferramentas de controle de partículas, que são melhores no Softimage, ainda mais com o uso do Lagoa, um framework de simulação de efeitos de física muito, muito bom. Veja o que dá para ser feito com ele:

Foi insinuado um conceito MUITO interessante, durante a apresentação principal. O maior custo hoje em dia ainda é renderização, tanto em termos de tempo quanto em termos de dinheiro. Várias produtoras estão usando fazendas de renderização na nuvem, mas até agora não há nada especificamente dedicado para as soluções Autodesk. Até agora.

Imagine um modelo de simulação (que vai muuuuuuito além da computação gráfica) que demanda 10 mil variações e levaria semanas para rodar em um parque dedicado. Por uma fração do custo você contrata 2000 servidores e tem seu resultado em minutos.

PODE SER que venha algo nesse sentido por aí.

Sinergia

Algo que reparei no Autodesk University é que não existe bala mágica, nenhum software faz tudo, os resultados (excelentes) são combinação de vários programas. Um exemplo é o crocodilo abaixo. Criado pela Electric Art, foi feito com Maya, Mental Ray e Mudbox.

Projeto Vasari

Lembra daqueles túneis de vento, com fumacinha, fitinhas amarradas e modelos construídos em madeira? Imagine que você está experimentando com o design de um prédio, e quer testar variações. Imagine um trambolho de madeira para cada um. O custo em termos de homens/hora cresce enormemente, é inviável testar mais que uma dezena de modelos.

Seus problemas acabaram!  (exceto se você for carpinteiro) O Projeto Vasari é uma solução que permitem prototipagem rápida de construções, com pouco esforço dá pra ter uma idéia preliminar da interação de seu prédio com as intempéries e os prédios em volta. Veja que legal:

Mundo Mobile

A Autodesk não é o Império Cilônio (embora também conte com uma loura edificante) mas também tem um plano. Qual é, ninguém sabe, mas estão investindo pesado, e não no modelo mais comum, “vamos fazer uma app de iPhone e faturar o hype”. Eles estão produzindo muita coisa realmente útil tanto para iOS quanto para Android.

 

O SketchBook mesmo na versão gratuita é um excelente editor de imagens, com direito a layers. É excelente para rascunhar idéias rápidas, para gente que sabe desenhar, claro. Eu preciso do 3D Studio só para desenhar uma linha reta.

O Inventor Publisher Mobile Viewer é apenas um visualizador do Autodesk Inventor, uma suíte de CAD/CAM usada para modelar, prototipar e simular ferramentas e componentes. Você pode pegar um tablet e interagir com um modelo 3D em campo. No mínimo ajudaria muito nas vezes em que tive que desmontar alguma coisa e sempre terminava sem saber como montar de volta, e um potinho de parafusos que sobraram.

O Autocad WS é a versão iPad do… Autocad WS na Nuvem, um editor DWG online e gratuito. Feito para trabalho de campo, permite que você consulte e mesmo edite suas plantas, sem precisar voltar pro escritório ou abrir um laptop pesado. Claro, ninguém vai reprojetar uma plataforma de petróleo in loco, mas uma inspeção por exemplo seria bem agilizada com esse tipo de ferramenta.

Também há apps para integrar o iPad ao Buzzsaw e Bluestreak, e um game, o Tinkerbox, uma espécie de TIM para iPad.

Software Na Faixa? Oh Yeah!

Se o lema da Microsoft é Developers!Developers!Developers!, o da Autodesk é Users!Users!Users!, mas não é algo simples catequizar novos usuários. A curva de aprendizado de um Maya da vida é algo complicado. Alguns dos softwares demandam anos até o sujeito se tornar fera mesmo. Não adianta esperar que um laboratório de faculdade e um estágio resolvam. Quanto mais cedo o sujeito começar a fuçar, melhor.

Aí que entra o programa da Comunidade Estudantil da Autodesk, onde não só há toda uma infraestrutura de documentação, cursos online, exemplos e tutoriais, como estudantes podem baixar gratuitamente mais de 30 softwares, incluindo o Smoke, Maya, Autocad, Alias e algo com o incrivelmente cool nome “Autodesk Robot Structural Analysis Professional”.

Conclusão e Créditos

A primeira edição do Autodesk University sofreu do velho problema de todo bom evento do gênero: Muitas apresentações interessantes ocorrendo ao mesmo tempo, sem a inclusão de um vira-tempo no kit de participante.

De resto os palestrantes sabiam do que estavam falando, eram todos gente que botava mão na massa, como Guido Gallo, da Tribbo,  Ele mostrou o trabalho de efeitos e pós-produção do comercial ‘Time-lapse” da TIM, e eu que sou chato bagarai fiquei impressionado.

Quem pagou os R$100,00 da inscrição com certeza saiu satisfeito, mesmo que tenha ido embora antes do coquetel de encerramento. (ihc!)

O MeioBit gostaria de agradecer ao convite, ao excelente apoio da Flávia, da Hill&Knowlton e ao sempre-presente Jeferson Stutz, evangelista, executivo de vendas e o entusiasta de mídias sociais da Autodesk.

Post Scriptum

Não seria correto, do ponto de vista blogojornalístico deixar passar em branco o fato de que a Autodesk é diretamente responsável por uma das maiores pragas da Internet, que se espalhou como uma epidemia mesmo antes do YouTube, enchendo nossos emails via linha discada, aparecendo em programas de TV e no geral infernizando muito mais os usuários do que qualquer Justin Bieber ou Tulla Luana ou Rebecca Black é capaz:

Graças à Autodesk o mundo foi invadido pelo maldito… DANCING BABY!

Leia mais sobre: , .

relacionados


Comentários