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MS-DOS completa 30 anos

Em 1981, há exatos 30 anos, era lançado o MS-DOS em sua primeira versão: o Q-DOS, comprado da Seattle Computer Products.

13 anos atrás

Xtree

Houve uma época em que um micreiro só era chique se tivesse dois drivers, um para o sistema operacional, outro para os programas. Era uma época em que as aplicações aproveitavam 100% dos recursos da máquina, e qualquer PC rodava satisfatoriamente o equivalente então de Crysis.

Essa época era o Inferno.

Imagine por um momento que cada programa que você rodasse em seu computador precisasse ser configurado para placa de som, placa de vídeo, acentuação e até mesmo mouse. Programa, não digo jogo.

Agora imagine que toda vez que fosse rodar seus games preferidos, tivesse que dar um boot, alterando as configurações de inicialização.

Comprou uma impressora nova? Reze pra ela ser compatível com alguma antiga, pois provavelmente ela não virá com um disquete, e mesmo que venha só há drivers para os principais programas. Seu Carta Certa não funcionará direito, ou então imprimirá mas usando somente 10% dos recursos da sua linda Epson.

Rede? Claro. Com cabo coaxial, mas cuidado, dependendo do tipo de rede, se você desligar sem dar logout TODOS os computadores travarão. Melhor usar uma Novell, basta um servidor caríssimo (afinal tem um HD) rodando Netware.

Vamos programar? Tem Turbo Pascal, Forth, GWBasic e, se você estiver com coragem, assembler, direto no terminal. Isso antes de algum MALA aparecer dizendo “o certo é assembly”. Volte pros seus livros, Nerd!

Está sem espaço e disquete custa caro? Não tem problema, rode FDREAD e FDFORMAT e force mais trilhas em cada face. Mais chance de dar erro? Sim, mas ganhamos mais espaço. Você lembrou de recortar a lateral do disco de 5〃1/4, transformando o Face Simples em Face Dupla, e pulando de 250 kB para incríveis 500 kB, né?

Memória está apertada? Claro, custa uma fortuna. Mal posso esperar a metade os anos 90, quando todo mundo terá computador em casa e 1MB de memória custará apenas US$60,00. Por enquanto vamos usar Memmaker e jogar pra Memória Estendida (ou Expandida, nunca lembro) drivers e outras coisas.

E disco? AH, a gente roda o Doublespace, ele zipa em tempo real os arquivos, faz mágica e ganhamos espaço. Ops, não funciona com fotos.

Ainda bem que com modem de 14.400Bauds, não dá para baixar muita coisa. Céus, como demora pra vir um PCX, espero que o tal GIF seja muito melhor, mas ainda não tenho nenhum programa que abra esse formato. E falam de vídeo, no futuro. Só rindo.

Hoje o MS-DOS completou trinta anos. Em sua primeira versão era o Q-DOS, comprado da Seattle Computer Products, por US$ 75 mil, equivalentes a US$ 177.545,00 em dinheiro de hoje. Gênese da jogada mais brilhante de Bill Gates, o DOS foi licenciado para a IBM, que não queria investir ou acreditar no PC, e achou muito mais jogo pagar por cópia vendida do que um preço fechado. Acreditaram tão pouco no produto, aliás, que toparam um acordo de não-exclusividade, o DOS seria vendido como PC-DOS pela IBM e como MS-DOS pela Microsoft.

O resto é História, e assim como o Titanic e os shows do Abba, têm sua importância mas não é algo que eu queira revisitar. Não tenho NENHUM saudosismo da época do DOS. Era divertido mas extremamente limitado, ainda mais para quem gostava de ficção científica e imaginava do que os computadores seriam capazes no futuro.

Claro, em 20 anos iremos rir das máquinas limitadas de hoje, mas muito menos do que rimos — com razão — da pedreira que era o DOS. Portanto, com a autoridade de quem usou muito essa bagaça, desejo ao MS-DOS parabéns pelos 30 anos e… MORRE DEABO!

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