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Xperia Arc: vale a pena?

13 anos atrás

Então… depois de ler e reler por aí todos os dados técnicos do Sony Ericsson Xperia Arc, decidi trocar o bom e velho Motorola Milestone.

Analisando as características técnicas, a troca parecia ser um bom negócio: uma CPU Cortex A8 de 600MHz por uma já conhecida (mas ainda respeitável) Snapdragon de 1GHz. A tela, apesar de manter a mesma resolução (854 x 480 pixels), teria meia polegada a mais! Uma câmera decente, um microfone extra usado para cancelamento de ruídos e o Android 2.3 já de fábrica pareciam a cereja do bolo.

Tudo perfeito? Se não fosse o preço… R$ 1.699,00? Caro, muito caro. Mesmo assim, o design (8,7mm… 8,7mm!) e a predileção pela marca falaram mais alto.

Depois de uma semana, posso garantir que a Sony Ericsson está no caminho certo: o equipamento é bonito, elegante e bastante rápido. Mas não deixa de ter seus probleminhas.

Primeiro ponto: a câmera. A qualidade da imagem é muito boa, graças ao sensor Exmor R, de 8MP e retroiluminado. Vejam dois exemplos ao ar livre (ei, Gilson, não sou profissional, hein!).

Fazendo coro a dezenas de outras análises, também achei o botão de disparo muito próximo da borda, dificultando uma foto “firme”, sem a famigerada “tremida”. Mas tudo é questão de treino (e o reconhecimento de sorrisos ajuda bastante: já viu foto para Facebook com o sujeito sério?). A posição do sensor (e da lente), também muito próximos da borda da câmera, são outro ponto negativo.

Eu até entendo que a engenharia da Sony não devesse ter muita opção de lugar, se quisesse manter o equipamento “delgado” como é. Mas que ficou incômodo, ficou.

A gravação de vídeo, em 720p, é bem razoável para um celular e apesar da concorrência já disponibilizar 1080p, não vejo como um grande diferencial.

A tela é um caso a parte: certamente, o melhor LCD que já vi. É muito nítida e o ângulo de visualização é excelente mesmo ao ar livre, graças ao “Bravia Mobile Engine”. No entanto, por mais que tenha tentado (usando, inclusive, o widgetsoid) foi impossível ativar o “brilho automático”. Por conta disso, em ambientes fechados ou à noite, o brilho excessivo incomoda e é preciso ajustar manualmente.

Outro compromisso entre funcionalidade e design foi a localização do conector para fones de ouvido: na lateral do aparelho. Vai colocá-lo no bolso enquanto escuta suas músicas prediletas? Boa sorte.

Aliás, no quesito áudio, quando se recebe uma chamada enquanto se ouve alguma música, há um ruído durante a comutação. Pude perceber nitidamente durante três chamadas.

A carcaça do Arc é muito, muito, muito bonita. No entanto, é plástica… e muito fina. Conversando com alguns amigos, chegamos à conclusão de que seria impossível para a Sony fabricar um equipamento assim com outro material e, portanto, foi uma escolha de projeto. Mas é preciso cuidado redobrado para não deixá-lo cair e perder todo o seu investimento.

Para quem tinha um Milestone, é de se estranhar a “pegada”. A parte traseira é muito lisa e a gordura dos dedos logo se acumula. É preciso usar um paninho fino ou uma mecha de algodão diariamente.

Vale notar que, seguindo a tendência mundial, o conector mini-USB está presente e você pode utilizar outros carregadores que não os da Sony Ericsson.

A interface “Timescape”, que centraliza mensagens, Facebook, Twitter e afins é bem bacana. Nada fora do comum, mas é um visual que faz sucesso.

Algo que faz falta é um bom programa de GPS. Apesar do onipresente Google Maps, um “GPS de verdade” viria bem a calhar… e eis que, ao conectar o aparelho ao computador, via USB, o “Sony Ericsson PC Companion” é instalado automaticamente e dá a opção de se baixar o Wisepilot. Não é um programa ruim, mas o iGo é muito superior.

Depois de tudo isso, fica a pergunta: “Vale a pena?”. A resposta, como quase tudo na vida, é “depende”. Se você for fã da marca e quiser um aparelho que simbolize um certo status, mas sem abrir mão da velocidade e das funcionalidades do Gingerbread, o Arc é a escolha certa.

Mas se você é um “early adopter” e já está de olho nos novos “dual core” que estão aparecendo, então, junte mais alguns caraminguás e escolha outra marca.

No entanto, uma coisa é certa: o Arc tem ótimas qualidades e é um aparelho acima da média.

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