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Os sistemas operacionais estão "emburrecendo"?

Apple e Microsoft apostam em sistemas mais simples. Será esse o caminho?

13 anos atrás

MacBook Air rodando Lion.

Launchpad, no Lion: recurso importado do iOS.

Chegou o Lion, novo felino da família OS X. A última versão do sistema operacional para computadores Apple traz diversas características do irmão menor para telas sensíveis, o iOS, e divide opiniões.

A Apple diz que o Lion aproxima as duas experiências, o que, de fato, se confirma com a inclusão de alguns recursos tais como rolagem "natural" (invertida), Launchpad e outros detalhes que remetem imediatamente ao iPhone/iPad. Se é um ponto positivo ou negativo? Difícil dizer, mas acredito que é um passo adiante em vez de retrocesso.

De fora, a sensação é a de que o Lion é o "beta" de uma nova mentalidade para sistemas desktop. Não só pelos toques a la iOS; existem outros pontos, como a supressão do salvamento manual de trabalhos, que reforçam essa ideia. O sistema operacional fica mais simples para o usuário final, não só o da Apple; o próximo Windows também trará uma experiência de uso mais amena, com detalhes herdados do Windows Phone 7.

Start screen do Windows 8.

Start screen do Windows 8.

Quem trabalha com computadores a tempo suficiente para saber o que é um endereço IRQ tende a torcer o nariz para essa simplificação, a tachá-la de "emburrecimento" até. Embora eu discorde dessa visão, entendo o motivo da discórdia. Nessa transição há uma espécie de troca: pela facilidade, abdicamos de algumas liberdades.

Tais liberdades não dizem muito à maioria que só quer ligar o PC, ouvir uma música, atualizar o Facebook e escrever o trabalho da faculdade. A liberdade perdida é, no grosso, importante apenas para heavy users e quem, por qualquer motivo que seja, não consegue ou não quer se livrar de velhos hábitos.

Quem gosta de escovar bits tem e sempre terá opções. Pode mexer com alguma distro Linux obscura, ou partir para atividades mais hardcore/úteis, como automação, robótica ou mesmo programação. Sempre há espaço para quem quer ir além do arroz e feijão. O que a Apple começou e a Microsoft começará a fazer é melhorar o sabor e dar pratos e talheres mais refinados para quem se contenta com o básico. E nisso, meus amigos, não há mal algum.

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