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Wedding Brasil 2011 - Segundo Dia

13 anos atrás

O 2º dia do Wedding Brasil foi tão interessante quanto o primeiro. Em vez de ficar apenas no salão principal dessa vez, me dividi entre o que estava acontecendo por lá e no Núcleo de Tecnologia, um pequeno espaço do lado de fora do auditório onde alguns profissionais se apresentam com pequenas palestras voltadas mais para o lado técnico. Por isso a narrativa de hoje pode não ser tão linear quanto à de ontem.

O primeiro a pisar no palco principal foi Jared Windmuller que nos trouxe a palestra Pré-Wedding: como produzir, fotografar e vender. Para quem não está dentro do mercado de casamentos, cabe explicar que o Pré-Wedding é um ensaio com os noivos antes do casamento. Uma forma de maximizar os ganhos do fotógrafo com o casamento. Jared foi muito legal e trouxe slides bem explicadinhos. E quando digo explicadinhos eu estou falando de receitinha de bolo mesmo. Desde conceitos mais simples (que já deveriam ser de conhecimento de todos na platéia) até os mais complexos. Em certo momento ele também mostrou a sua lista de equipamentos, coisa que muitos dizem não ser necessário, mas a platéia gostou. Depois da teoria tivemos o prazer de ver algumas fotos produzidas por ele e alguns casos onde aceitar algumas sugestões dos noivos para locações pode render ótimas fotos, mesmo que o fotógrafo não fique muito animado em um primeiro momento. Acho que a questão principal aqui, como em tudo que envolve fotografia externa, é realmente saber escolher a locação e, quando ela for imposta a vocês, saber aproveitar ao máximo possível o que está a disposição. Infelizmente não tivemos uma aula prática com Jared, apenas teoria.

O segundo a pisar no palco foi o Daniel Torraca que veio nos falar sobre um novo mercado que está surgindo para o fotógrafo de eventos no Brasil (e também no mundo). A palestra DSLRs: um novo conceito de vídeo mostrou aos presentes os acessórios e as comodidades de se filmar com uma DSLR. Digo por experiência própria que esse é um grande mistério para os fotógrafos que ainda não possuem um equipamento com essa capacidade, ou que possuem e ainda não se aventuraram a apertar o botãozinho do vídeo no equipamento. Daniel explicou a todos como funcionam os parâmetros fotográficos do equipamento como velocidade de obturador, abertura de diafragma, ISO e balanço de branco durante uma filmagem. Embora muitos tenham saído durante a palestra dele, a contribuição do assunto para o evento foi muito positiva.

O terceiro que entrou no palco foi o mexicano Fer Juaristi, considerado por muitos dos congressistas como a principal atração desse evento. O que vimos no palco foi uma pessoa de personalidade jovem, bem humorado e com vontade de mostrar o seu trabalho e fazer com que todos o entendam. Depois de mostrar algumas fotos com linguagem bem particular, Fer começou a contar como trabalhar o olhar para poder produzir aquele tipo de imagem. A primeira coisa que falou foi sobre a questão da locação. Muitos dizem que é fácil produzir ótimas imagens com locações espetaculares, mas esse é o ponto da questão. Produzir em locais sem muito atrativo é o grande desafio da fotografia, o que deve mover o verdadeiro fotógrafo. Depois foram apresentadas uma série de imagens produzidas em locais improváveis como estacionamentos, parques e locais em construção. Olhando o produto final, que se mostra uma obra de arte, notamos que a fotografia está em qualquer lugar, cabe apenas ao fotógrafo trabalhar os elementos de composição para conseguir a sua imagem. Outra questão muito importante para o mexicano, e que deveria ser importante para todos, é realmente entender a luz. Você deve ir onde a luz se encontra e saber usá-la. O principal ensinamento que fica dessa palestra é que você deve aprender todas as regras da fotografia, e depois quebrá-las todas em nome de sua arte. Conselho assimilado.

O quarto a entrar no palco foi Riccis Valadares com a palestra A Fotografia de Casamento como Fine Art. Aqui a coisa ficou meio esquisita. Parte pela fotografia e parte pela apresentação do fotógrafo. Quando digo apresentação estou falando da própria maneira do fotógrafo se expressar. Digamos que ele não é um Show Man, então ficou um pouco enfadonho. Nas fotografias encontramos um trauma. Riccis vai contra qualquer receitinha de bolo de como fazer um casamento e se pauta em imagens que primam pela captura da emoção sem nenhuma foto posada ou de momentos obrigatórios do casamento. Ele fotografa o que acha atraente e não o que é obrigado. Dessa forma, ele não fotografa a entrada da noiva na igreja, pois acha mais impactante fotografar a noiva entrando do lado de fora da igreja. As fotos, em sua totalidade, são verdadeiras obras de arte, mas sair da zona do conforto da fotografia incomodou algumas pessoas. Óbvio que quem procura Ricci para fotografar seu casamento sabe que vai ser daquele jeito. Não é uma coisa para qualquer cliente. Mas, uma mistura dos dois estilos, o tradicional e o mais ousado artisticamente, pode ser muito saudável para a fotografia de casamento no Brasil.

Por fim, mas não menos importante, tivemos José Victor Stefanik com a palestra Flash e Inovação na Fotografia de Casamento. Digo para vocês que essa foi a palestra que menos falou do tema proposto e foi uma das mais bacanas do dia. José Victor falou de sentimento, amor pela fotografia em uma apresentação absolutamente perfeita. Faz tempo que não vejo alguém mostrando tamanho amor pelo o que realmente gosta de fazer. Primeira palestra que tirou lágrimas de muitos participantes e foi aplaudida de pé por todos. No final tivemos uma pequena aula prática sobre como usar flash em iluminação de casamento. Lembrando que José Victor faz parte de um grupo cada vez maior de fotógrafos que está abolindo os grandes flashes de estúdio e trabalhando exclusivamente com flashes compactos. Rapidamente foi montado um estúdio com 3 flash Canon Speedlite 580EXII e realizada uma pequena aula prática no palco. Apenas para registro, ainda não vi nenhum palestrante trabalhando com Nikon no Wedding Brasil. Será um indício de qualidade? Desculpem, não suportei ficar sem essa cutucada.

Nos núcleos de tecnologia consegui acompanhar a palestra de Marcelo Uchoa sobre fotometria. Não foi exatamente o que eu estava esperando, mas foi bacana relembrar algumas regras básicas da fotometria, da época que ainda não existia TTL. Felizmente a palestra foi bem técnica o que deixou muita gente lá boiando e com cara de paisagem. Devem ser os fotógrafos que se iniciaram na Era digital. Depois dei uma passada na palestra de Oswaldo Marra e Jane Magalhães que tiraram dúvidas sobre diagramação e impressão de álbuns (algo que odeio fazer) e por fim a palestra do Clício Barroso falando sobre Lightroom 3. Essa palestra estava super lotada.

O dia acabou com o coquetel oficial do evento e o anúncio dos vencedores do Prêmio Wedding Brasil de Fotografia (em breve texto especial). Foi muito produtivo esse segundo dia de evento, mas é evidente que o cansaço está se fazendo presente. Agora partimos para a reta final dessa cobertura. Continuem acompanhando o que está acontecendo no Twitter e vejam as imagens produzidas em nossa galeria do Picasa.

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