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Motorola pleiteia benefícios fiscais para fabricar tablets no Brasil

Motorola negocia desoneração fiscal para iniciar a fabricação do Xoom no Brasil.

13 anos atrás

Motorola XoomDesde que a presidente eleita Dilma Rousseff declarou sua simpatia pelos tablets e o desejo de que esses dispositivos tivessem sua utilização mais difundida no Brasil, imaginamos o que será feito de concreto para colocar em prática essa vontade. Para falar a verdade, a declaração foi sobretudo surpreendente. Eu esperaria algo assim da Marta Suplicy, não da Dilma.

A questão é que, provavelmente estimulados por essa declaração da presidente, os executivos da Motorola no país resolveram se movimentar. Sérgio Buniac, presidente da Motorola Mobility, esteve reunido com o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, pleiteando uma desoneração fiscal para iniciar a fabricação de tablets no Brasil.

Segundo o executivo, o mercado brasileiro é muito interessante e a empresa já possui uma grande fábrica instalada em Jaguariúna (SP), o que facilitaria o início da produção dos tablets no país. Tudo fica, dessa forma, dependendo das negociações com o Governo Federal no sentido de obter a desoneração fiscal.

Como nem mesmo consegui ser convencido de que preciso de um tablet para uso pessoal, não consigo processar bem essa ideia de que esses gadgets tenham se tornado um bem de primeira necessidade ao ponto de um Governo ter interesse em abrir mão de tributos em nome de sua popularização.

Indo além, alguma coisa sempre esteve muito fora da ordem no capitalismo brasileiro. Uma das premissas do sistema capitalista, ponto central da própria formulação do liberalismo clássico, consiste no fato de que o indivíduo se torna empreendedor para obter lucro individual. No Brasil, a coisa se inverte. Por obra de um discurso fajuto, todo aquele que empreende o faz por puro altruísmo, ou para gerar empregos, ou para popularizar os tablets, por mais absurdo que esse segundo argumento possa parecer.

Somos entusiastas de tecnologia, gostamos bastante desses gadgets, mas, convenhamos, ninguém em sã consciência pode ver tanta relevância social na democratização do acesso aos tablets. Mais insano ainda é acreditar que o Xoom, vendido lá fora por US$ 800,00, possa se tornar o motor da inclusão digital no Brasil. Aberto esse precedente, daqui a pouco aparece lobista propondo "bolsa iPad" no Congresso.

Dilma e iPad

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