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Por favor, deixem nossas TVs burras em paz...

Não precisamos de TVs inteligentes, queremos simplesmente assistir a ela, numa boa...

13 anos atrás

Bons tempos...

Bons tempos...

Dentre as várias tendências de 2010 que, provavelmente, continuarão em voga em 2011, a das TVs "inteligentes" é uma das mais fortes. Nem o fracasso do Google TV parece ter abalado a confiança da indústria em levar a Internet para o conforto da sala de estar.

Particularmente, vejo a rejeição do Google TV como um presságio, ou melhor, um alerta. Um alerta de que, hey, ninguém quer transformar a TV num computador. E essa opção do consumidor médio (não de geeks/entusiastas, vale dizer) é tão óbvia... A história nos diz isso, não é preciso ficar num único exemplo recente.

A Microsoft, que ensaia uma investida nessa área, há mais de uma década oferece o MSN TV. Se ainda o vende, deve ter seu público, mas esse está longe de ter o tamanho que outros produtos vencedores da empresa, do Windows ao Xbox, têm. Em outras palavras, é aplicação de nicho, não de massa.

Mas todos se esquecem disso e tentam enfiar, goela abaixo, apps, atualizações, interfaces pouco intuitivas num negócio que, por si, foi feito para ser "brainless". O Google TV e todas as demais investidas da indústria semelhantes falham porque, quando o cidadão médio senta na frente da TV, ele quer simplesmente... assistir à TV. Nada mais. Ninguém quer jogar Angry Birds com o controle remoto, ou mandar um email digitado num bizarro cruzamento entre controle remoto e teclado wireless. No máximo, e aqui talvez esteja a killer feature desses equipamentos, ver um vídeo engraçado no YouTube, mas se a interface não colabora, o esforço, por mínimo que seja, desestimula o uso.

Acredito, porém, que extenders do computador para a sala de estar, bem como HTPCs, tenham mais espaço do que TVs inteligentes nas salas de estar das pessoas. Esses sistemas focam no que mais interessa: consumo passivo de conteúdo. O trabalho duro, se é que há, é feito previamente, de modo que na hora do lazer baste uns poucos cliques no controle remoto, e só.

O Xbox 360 contempla essas duas situações. Ele funciona como um extender do PC com Windows (muito legal!) e, para assinantes da LIVE Gold, oferece aplicativos do Twitter e Facebook (agora, também na LIVE brasileira). Esses últimos usei uma vez, para ver como era. Funciona bem, mas... é aquela coisa: é tudo desajeitado na TV, a interface, o ambiente não colabora.

Twitter na Xbox LIVE.

Twitter na Xbox LIVE.

Convergência é legal, mas como tudo, tem limites. Mais que isso, convergência inteligente não é entupir tudo com tudo o que é tipo de recurso, mas sim respeitar as limitações de cada equipamento e fazer com que ele interaja de maneira harmônica com seus pares. Nesse sentido, a dupla PC + extender soa mil vezes mais útil e prática do que uma TV "inteligente".

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