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Quanto mais as coisas mudam…

As máquinas evoluem, e os bonecos continuam dançando...

13 anos atrás

Minha avó expedia certidões de nascimento usando uma belíssima caneta-tinteiro Parker, presente da minha bisavó (com uma ponta de ouro que um dia eu estraguei… mas não vem ao caso). Trabalhou assim por décadas, até que, finalmente, a modernidade chegou ao cartório: uma máquina de escrever Remington saída não sei bem de onde.

Em vez de se preocupar com a tinta da caneta, agora a preocupação era com a fita da máquina. Além disso, um curso de datilografia foi necessário, “para não passar vergonha catando milho”. Ah! E uma borrachinha, para limpar os resíduos de tinta que ficavam nas partes metálicas. Mas tudo isso compensava, porque “o ganho de velocidade é impressionante”.

Alguns anos mais tarde, conversei com minha avó sobre a possibilidade de se trabalhar com um computador. Imagine como isso facilitaria as coisas! Nada mais de livros enormes e pesados, aquela barulheira ensurdecedora da máquina de escrever… eu estava abismado com um programa do TRS-80 (também conhecido como Trash80 ou, para os leigos aqui da Terrinha, CP-500): Demon Dancing. Um feito impressionante que demonstrava todo o poderio gráfico da plataforma:

Mais alguns anos e veio a “aceitação”: um computador! No HD cabiam todos os modelos de documentos do cartório e, pasmem, não era preciso digitar tudo de novo! Só preencher alguns campos! Minha avó se aposentou, porque não queria fazer um curso “de Windows”, nem se preocupar com a tinta da impressora, nem com a troca de cartuchos, nem com a compra de um estabilizador, nem com a manutenção do mouse “de bolinha”, nem com a troca do monitor, nem com a instalação de um modem… mesmo compensando o impressionante ganho de velocidade.

Hoje, visitando o cartório, há fitas de backup, cabos de rede, computadores com telas de LCD… tudo para entregar às pessoas as mesmas certidões (que, aliás, eram muito mais charmosas quando escritas à mão).

“Ah… mas agora é tudo melhor, mais rápido, mais moderno!” dirão vocês.  Talvez. Mas não há nada novo sob o sol:

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