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Steve Jobs abre o Verbo

13 anos e meio atrás

Na Segunda-Feira, dia 18 a Apple fez uma reunião de acionistas apresentando os lucros do último trimestre (fiscal, é complicado) de 2010, com valores pra lá de edificantes. Foram US$20 bilhões de receita, US$1 bilhão acima das projeções.

Steve Jobs apareceu na reunião, coisa que não costuma fazer e lavou a alma. Reclamou de todo mundo, detonou a idéia de tablets de 7 polegadas:  "a área útil é 45% da tela do iPad, teriam que vir com lixas pro usuário lixar os dedos pra ficarem menores". Detonou outros tablets dizendo que a Apple já tem uma dianteira de 35 mil aplicações e detonou a RIM, mostrando que o Blackberry vendeu 12,1 milhões de unidades no trimestre, enquanto o iPhone vendeu 14.

O maior alvo foi o Android. Em um desabafo de 5 minutos jobs detonou o Google e seu sistema. No vídeo acima você tem o áudio original, onde Jobs xinga muito sem ser no Twitter:

Eric Schmidt reiterou que estão ativando 200 mil dispositivos Android por dia, e têm por volta de 90 mil apps na App Store deles. Comparando, a Apple ativa por volta de 275 mil dispositivos iOS por dia na média, com picos de 300 mil em alguns desses dias, e a Apple tem mais de 300 mil Apps em sua App Store.

Infelizmente não há dados sólidos sobre quantos telefones Android foram vendidos em cada trimestre. Esperemos que os fabricantes em breve comecem a reportar o números de celulares vendidos em cada trimestre, mas hoje simplesmente não é o caso. O Gartner reportou que por volta de 10 milhões de telefones Android foram vendidos no trimestre de Junho, e estamos esperando para ver se o Android ou iPhone é o vencedor nesse trimestre mais recente.

O Google adora caracterizar o Android como "Aberto" e o iOS e o iPhone como "Fechados". Nós achamos isso um pouco falso, e nublando a real diferença entre nossas duas abordagens.  A primeira coisa que a maioria de nós pensa quando escuta o termo "Aberto" é Windows, que está disponível em um monte de equipamentos. Ao contrário do Windows, entretanto, onde a maioria dos PCs tem a mesma interface pro usuário e roda as mesmas aplicações, o Android é muito fragmentado.

Muitos OEMs, incluindo os dois maiores, HTC e Motorola, instalam interfaces proprietárias para se diferenciar da experiência comum do Android. O usuário é deixado para descobrir como funciona. Compare com o iPhone, onde cada aparelho funciona da mesma forma.

O TwitterDeck (sic) recentemente lançou sua aplicação para Android. Eles anunciaram que tiveram que lidar com mais de uma centena de versões diferentes do Android em 244 aparelhos. As múltiplas iterações entre hardware e software são um desafio e tanto para os desenvolveres. Muitas aplicações Android só funcionam em determinados aparelhos rodando determinadas versões do Android. E isso par aparelhos lançados menos de 12 meses atrás. Compare com o iPhone, onde só há duas versões do software, a atual e a anterior mais recente, para testar.

Em adição ao marketplace do Google, Amazon, Verizon e Vodafone anunciaram que estão criando suas próprias App Stores para Android. Então serão pelo menos quatro lojas para o Android onde os consumidores terão que pesquisar para achar as aplicações que desejam, e com as quais os desenvolvedores terão que trabalhar para distribuir suas aplicações e ganhar seu dinheiro. Isso será uma confusão tanto para usuários quanto para desenvolveres.

Compare com a App Store integrada da Apple, que oferece a maior e mais fácil app store do mundo, pré-instalada em todo iPhone. A App Store da Apple tem três vezes mais apps que a do Google, e oferece aos desenvolvedores  um lugar único para colocar suas apps no mercado, de forma fácil e com pagamento ágil.

Sabem, mesmo se o Google estivesse certo e a grande questão fosse "Fechado" versus "aberto", vale lembrar que sistemas abertos nem sempre vencem. Vejam a estratégia "Play for Sure" da Microsoft para música, que usava o modelo do PC -que o Android também usa- separando os componentes de software dos componentes de hardware. Mesmo a Microsoft abandonou essa estratégia "aberta" em prol de copiar a estratégia integrada da Apple, com seu Zune Player, infelizmente deixando seus OEMs de mãos vazias no processo. O Google flertou com essa abordagem integrada com seu celular Nexus One.

Em verdade pensamos que o argumento aberto versus fechado é uma cortina de fumaça para tentar esconder a real questão, que é: "qual  melhor experiência para o usuário - fragmentada versus integrada?" Nós achamos que o Android é muito, muito fragmentado,  se torna mais fragmentado a cada dia. E como vocês sabem a Apple abraçou o modelo integrado pra que nosso usuário não seja forçado a ser o integrador de sistemas. Nós vemos um enorme valor na Apple, e não o usuário ser o integrador. Achamos que isso é a grande força de nossa abordagem, comparada com a do Google: Quando vendemos pra usuários que querem dispositivos que simplesmente funcionem, acreditamos que a abordagem integrada vence a fragmentada todas as vezes.

Também achamos que nossos desenvolvedores podem ser mais inovadores se se concentrarem em uma plataforma única, ao invés de uma centena de variantes. Eles podem usar seu tempo para desenvolver novas funcionalidade, ao invés de testar seus programas em centenas de celulares diferentes. Estamos muito comprometidos com essa abordagem integrada, não importa quantas vezes o Google a tente caracterizar como "fechada". Estamos confiantes que vamos triunfar sobre a abordagem fragmentada do Google, não importa quantas vozes o Google a classifique como "aberta".

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