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O X desliga os aparelhos em 10 de Janeiro.

13 anos e meio atrás

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Aqui jaz o antigo X da questão?

Fiquei pensando, com profundo pesar, o que escrever na lápide de um serviço tão útil, tão bacana, que se não fossem safos o bastante para saberem que corriam risco de vida desde o primeiro suspiro de vida, os chamaríamos até de ingênuos, inocentes... mas não são.

Estou falando do precioso e moribundo anunciado Xmarks, o integrador de cross-bookmarking e toda a sua vida navegantista que sempre andou com a letra escarlate estamapada nas costas. Quem ouve isso por aí acha que eram poucos os seus adeptos - ledo engano.

O mundo recebeu com todos os olhos aquela que poderia ser a ultimate solution para quem tem parte da vida e do trabalho online distribuída na necessidade de navegar em múltiplos browsers (eu, Dori Prata, a torcida uniformizada do Meio Bit...).

A razão para que de agora em diante ele só apareça como morto-vivo em filmes do Wes Craven (pena que o velório não casou com o lançamento do Scream 4) é porque ainda ninguém conseguiu chegar junto na tarefa mais ingrata da orbe: fazer com que diferentes browsers, de diferentes houses, conversem entre si. Por não encontrar um modelo funcional de negócio - poof! - virou lost bits.

É como um tiroteio no bingo da terceira idade, e você de conciliador lá no meio, gritando, "calma senhora, olha o coração...".

Me lembro quando li o termo 'FoxCloud' (jovem nuvem do promissor Foxmarks, que nascia).

Pensei 'quer dizer então que tudo o que foi visitado, senhas, tabs, faveds e o calula pode ser integrado em todos os principais navegadores? E é seguro?'.

O cinismo de quem trabalha com web às vezes impede a esperança de se dar um voto de boa fé e eu não fui muito diferente, apesar de ter gostado de cara do lance todo. Não havia como não dizer 'certo, mas... farking certain?'.

As coisas relaxariam um pouco com o Xmarks para iOS e seu honesto desempenho. Mas...

A empresa escreveu hoje a crônica da sua morte anunciada para o próximo 10 de Janeiro de 2011, onde o apocalipse dos mais motivados com a integração das velhinhas de bingo (navegadores e suas houses) atinge seu ápice.

Como aquele protagonista que antes do último suspiro pede ao pupilo que siga os passos de outro mestre, abatido, o Xmarks ainda tem a decência de recomendar dois bons serviços de synch em seu lugar (o Evernote e o SugarSync) - mesmo que não tenham nada a ver com o seu legado, sua tarefa doída, seu malfadado empreendimento sem um bom entremeio para crescer.

Para quem gosta do serviço, pode ser uma certa torturinha saber que ele vai morrer não tão subitamente, mas que vai (oficialmente) ter os aparelhos desligados em três meses e pouco. Pior do que morrer na hora, é receber a sentença de morte e ter de ficar esperando...

Aproveite o fim e depois descanse em paz, ó bom e velho (novo) Xmarks.

Nós, por aqui, continuaremos no purgatório... a pelejar na porrada com as velhinhas.

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