Meio Bit » Arquivo » Mobile » Agora no iPad a PlayBarbie

Agora no iPad a PlayBarbie

13 anos e meio atrás

Em Agosto de 1984 milhares de adolescentes com tochas invadiram a sede da Editora Abril em São Paulo. Formávamos uma turba com intenção de linchar os editores da revista Playboy.

O motivo foi a edição aí do lado, protagonizada pela adorável Lucinha Lins, então cantora, esposa do Ivan Lins e absolutamente intocável, algo como uma mistura da Eliana com a Renata Fan, sem as fotos de biquini.

Ao abrir a edição descobrimos que em NENHUMA foto ela havia liberado a mixaria. NADA, nem sideboob (Peter Griffin ficaria chocado). Na capa o subtítulo fala "fotos sensuais", mas não nos atentamos pro detalhe.

Foi uma experiência traumática e broxante, por isso é aterrorizante imaginar que agora, 26 anos depois Playboy sem mulher pelada vai virar norma, ao menos no iPad.

A piada de que comprava-se Playboy por causa das entrevistas era feita até por quem lia as entrevistas, que são realmente excelentes, mas em verdade há até livros (não-ilustrados) só das entrevistas. Já a revista como deveria ser É focada em mulheres bonitas e no lifestyle idealizado que só o Tony Stark, o Richard Branson e o Hugh Hefner vivem.

Por isso é uma heresia a versão para o iPad da Playboy ser lançada SEM mulher pelada.

A Apple já deixou claro que o seu cantinho nas Interwebs é família, minha casa minhas regras. Não quer, vá pro Android Market, Problema é que o dinheiro por enquanto está na App Store, além do prestígio e da mídia gratuita.

A questão é: Qual o limite? Quanto uma publicação terá que se violentar para satisfazer os padrões da Apple? A Playboy abriu mão do cerne de sua existência para isso. Até o Homem reclamou:

agradecimentos ao @danilosaraujo pelo link do Hef

O conceito de se adaptar pra várias mídias não é, entretanto, invenção da Apple. Isso acontece faz tempo na televisão. É comum filmes de cinema filmarem diversas versões de uma cena, mudando incusive figurino, caso o protagonista esteja usando uma camiseta com palavras ofensivas.

Também mudam e redublam (ou na hora ou em pós-produção) palavrões, pra deixar os filmes mais "família", e nem estou falando da violência estilo Sexta-Feira 13 que o TNT faz cortando cenas "inapropriadas".

Quanto é alterado? Well, lembra da cena marcante do clássico-trash Snakes on a Plane, quando Samuel Jackson solta o "ENOUGH IS ENOUGH! I'VE HAD IT WITH THIS MOTHERFUCKING SNAKES ON THIS MOTHERFUCKING PLANE!"?

Na versão para a televisão virou...

"monkey fighting snakes on this Monday to Friday plane!". Sim, é triste e a Apple não teve nada a ver com isso.

Leia mais sobre: .

relacionados


Comentários