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Do fim do iMac Pro ao próximo computador de ponta da Apple

Apple confirma fim do iMac Pro e próximo produto da linha deverá ter processador Apple Silicon, colocando o Mac Pro em situação delicada

3 anos atrás

O iMac Pro, outrora chamado de "o Mac mais poderoso e mais rápido jamais produzido", caiu do telhado. A Apple confirmou que a versão mais potente de seu computador AIO (tudo em um) chegou ao fim de seu ciclo de vida e não mais será fabricado. A empresa está atualmente queimando o estoque do modelo básico, que custa "só" R$ 67.099 no Brasil.

O iMac Pro foi um produto voltado para profissionais de ponta, mas em uma realidade em que o processador Apple Silicon deixa os chips Intel e AMD para trás, não faz sentido insistir neste produto à beira de uma reformulação da linha, o que pode vitimar até mesmo o atual Mac Pro.

iMac Pro foi um caro tapa-buraco entre gerações do Mac Pro (Crédito: Divulgação/Apple)

iMac Pro foi um caro tapa-buraco entre gerações do Mac Pro (Crédito: Divulgação/Apple)

A ideia por trás do iMac Pro foi oferecer um desktop aos usuários de Mac consideravelmente mais potente que os então disponíveis da linha iMac, e que ao mesmo tempo suprisse a lacuna entre gerações do Mac Pro, o tradicional computador "customizável" da maçã, que na época não era tão amigo dos upgrades assim.

A promessa de um produto "livre" para modificações (chegaremos lá) era antiga, e só viria a se tornar realidade em 2019. Dois anos antes, o iMac Pro foi apresentado como um AIO potente, equipado com processadores Intel Xeon de 8, 10 ou 12 núcleos, além de suporte a até 128 GB de memória RAM DDR4 ECC. Para o vídeo, a parceria com a AMD forneceu os módulos da linha Radeon Pro Vega, que garantiam até 16 GB de VRAM ou 11 Tflop/s.

A afirmação da Apple acerca do poder de fogo e velocidade do iMac Pro em detrimento do Mac Pro de 2013 se dava obviamente pelos componentes mais recentes utilizados, mas tanto um quanto outro sofriam com os mesmos problemas, a limitação na hora de fazer upgrades. Em tese, a lata de lixo glorificada da maçã só permitia trocar processador e RAM, já o iMac Pro, nem isso.

O consumidor deveria definir suas necessidades no ato da compra, assim como era de praxe com todos os modelos da linha iMac, mas ao menos neste, a memória ou o armazenamento não eram soldados na placa-mãe. Claro, substituir os pentes ou os dois SSDs em RAID, configurados como uma única unidade, não era uma tarefa simples e exigia remover a tela e a placa, um procedimento que nem todos dominavam (e anulava a garantia).

O design em si do iMac Pro foi um grande limitador nas vendas, que nunca foram estelares em se tratando de Macs. O público-alvo, profissionais de ponta que já eram usuários da linha Mac Pro, dependem de potência e capacidade de upgrades, duas coisas que ele não era capaz de fornecer, graças às suas limitações um tanto óbvias, que de forma irônica, eram o mesmo calcanhar de Aquiles do Mac Pro de 2013.

A Apple acreditou que profissionais se mostrariam dispostos a trocar de computador dois anos depois, ao introduzir o Mac Pro supostamente customizável, mas o iMac Pro já era consideravelmente caro; os preços de ambos modelos de entrada eram exatamente o mesmo, US$ 5 mil.

E mesmo o Mac Pro não atendeu a todos os pedidos do público. Contrariando informes anteriores, o "ralador de queijo" de mais de R$ 680 mil na configuração máxima não suporta GPUs Nvidia, seguindo a velha rusga da Apple com a empresa. Pior, o desktop só aceita placas AMD em módulos MPX proprietários, vendidos pela própria Apple, que são muito mais caros que os modelos padrão mesmo na situação atual, em que qualquer GPU custa os olhos da cara.

Você até pode espetar uma GeForce ou uma AMD padrão no Mac Pro, mas elas não serão reconhecidas pelo macOS, ficando limitadas a funcionarem apenas com o Windows 10 instalado via Boot Camp.

Mac Pro (2019): customizável, pero no mucho (Crédito: Divulgação/Apple)

Mac Pro (2019): customizável, pero no mucho (Crédito: Divulgação/Apple)

O ponto é que a Apple sabia muito bem que o iMac Pro era um tapa-buraco, mas não tendo em vista o Mac Pro que chegaria depois, e sim a geração seguinte de Macs, que hoje usam seu processador Apple Silicon, que vinha sendo desenvolvido desde o início dos anos 2010. Há informes de que Cupertino prepara uma nova geração de AIOs com seu chip ARM proprietário, que muito provavelmente também não trarão GPUs AMD integradas, e devem ter apenas componentes soldados na placa-mãe, eliminando opções de upgrade.

O que nos leva à pergunta, "o que será do Mac Pro?" Hoje um Mac mini com chip Apple M1 é capaz de entregar uma performance bem maior à do iMac Pro por uma fração do preço, que começa em R$ 8.699 no Brasil, e mesmo o "ralador de queijo" com processador Intel Xeon come poeira na maioria dos casos de uso para profissionais.

Considere o fato de que a Apple nunca foi muito dada a permitir que seus consumidores fizessem modificações em seus produtos, mesmo upgrades simples como HD/SSD e RAM, que foram novamente limados no Mac mini com chip M1 (o modelo de 2018 usava pentes normais, mas sua substituição anulava a garantia), e temos o ponto em que o Mac Pro de 2019 se tornou redundante, da mesma forma que o iMac Pro.

Pode ser que um novo Mac Pro também receba seu chip Apple Silicon, podendo até mesmo ser uma versão exclusiva e ainda mais potente do que o presente nos demais Macs, mas não seria supresa se o produto fosse novamente descontinuado em prol dos demais computadores da casa, mais "baratos" e ainda potentes (logo, mais acessíveis e vendáveis), graças à migração para a arquitetura ARM.

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