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Nexus One: smartphone de geek?

14 anos atrás

Uma proeza do iPhone é ser bem aceito tanto entre geeks, quanto entre “pessoas comuns”. Do dono do site de programação, até o ator famoso do momento, não é motivo de espanto constatar que ambos possuem o smartphone da Apple. Os pontos positivos do aparelho, somado ao hype e ao poder persuasivo e fashionista da maçã na traseira do aparelho, são elementos suficientes para atingir não um, mas vários perfis de usuários. Crédito todo da Apple, que soube explorar as limitadas capacidades técnicas do aparelho a seu favor, tirando o foco delas para detalhes outros tão ou até mais importantes, como os apps.

Os Androids são interessantes também, mas um especial, o que tem/tinha potencial para ser o maior expoente do sistema operacional da Open Handset Alliance, parece estar… falhando. O Google Nexus One, após amargar apenas 20 mil unidades vendidas na primeira semana, tomou outro golpe pesado dos números: somente 80 mil  de unidades vendidas no primeiro mês.

google-nexus-one-20100208 A título de comparação, em seu primeiro mês de vida, em 2007, o iPhone vendeu 600 mil unidades. O Droid, smartphone da Motorola que também roda Android, chegou à marca de 525 mil aparelhos vendidos no mesmo período.

Uma série de fatores tentam explicar esse mau desempenho. Especialistas apontam que o principal responsável pelo fracasso de vendas do Nexus One é justamente o principal diferencial do aparelho: a venda pela Internet. O novo modelo assusta quem já está acostumado com aparelhos subsidiados pelas operadoras e embutido em planos de fidelidade. Também teve influência no pífio desempenho comercial do Nexus One a publicidade nula que o Google dispensou para seu “superphone”. A empresa resolveu apostar no boca-a-boca, e parece que a receita ainda não emplacou. Na realidade, piorou a situação após relatos de compradores que reclamaram de falta de suporte, problemas de conectividade e outros tipos de confusão que não passa pela cabeça de quem se dispõe a comprar algo novo. Por fim, tê-lo lançado em janeiro, após o período de festas no qual as pessoas mais compram/trocam de celulares, também é apontado como uma falha estratégica. E olha que a Microsoft já havia mostrado que isso não se faz, três anos atrás, com o lançamento do Windows Vista no final de janeiro…

Apesar disso, o Nexus One arranca elogios daqueles que resolvem, mesmo sob todas as adversidades comentadas acima, encará-lo. O último que declarou amor ao aparelho foi Linus Torvalds, o pai do Linux e declarado anti-celulares. Disse o finlandês:

“(…) Mas eu tenho que admitir, o Nexus One é um vencedor. Eu não estava empolgado com a ideia de comprar um celular pela Internet sem vê-lo, mas no dia em que anunciaram que o zoom do tipo pinça (multitouch) fora habilitado, eu decidi arriscar. Eu queria um GPS para meu carro mesmo, e pensei que o sistema de navegação do Google poderia finalmente tornar o celular útil.

E torna. Que diferença! Não me sinto mais carregando um celular só para se “repentinamente” eu precisar entrar em contato com alguém – ao invés disso, agora, eu tenho um útil (e definitivamente bonito) gadget. O fato de que você pode usá-lo como um telefone também é quase secundário.

Não foi a primeira experiência de Linus com o Android. Antes do Nexus One, ele teve um G1, mas não gostou do aparelho. Que coisa, não?

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