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Monster Hunter: World — Review

Acertando em muitos aspectos e exigindo bastante dedicação do jogador, leia nossa análise e saiba porque o Monster Hunter: World tem sido tão elogiado e conquistado tantos admiradores.

6 anos atrás

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Em 2004 a Capcom lançou para o PlayStation 2 um jogo que rapidamente se tornou uma febre no Japão. Misturando elementos de RPG e jogos de ação, Monster Hunter colocava o jogador para caçar diversos tipos de monstros, com os itens coletados com eles servindo para criarmos equipamentos cada vez mais poderosos. Ao longo dos anos esta se tornou uma das principais franquias da empresa e embora sua estrutura não tenha mudado muito, melhorias foram aparecendo a cada novo capítulo. Recentemente os fãs receberam o últimos deles e para a surpresa até dos mais apaixonados, Monster Hunter: World mostrou-se o ápice do série.

Com uma campanha cuja duração pode passar tranquilamente de 50 horas, nela seremos um caçador que está se mudando para o Novo Mundo, local inexplorado e que abriga uma enorme quantidade de monstros. Durante a viagem a frota é surpreendida por Zorah Magdaros, um poderosíssimo dragão ancião que ataca nosso grupo e quase põe tudo a perder. Após chegarmos a costa, teremos então que nos reunir com uma comissão e fica estabelecido que pesquisas deverão ser realizadas e acompanhamentos devem ser espalhados pela região.

Esse será então o pretexto que teremos para explorar o vasto e belíssimo mundo criado pela Capcom, além de motivação para rastrear, enfrentar e derrotar os muitos seres que habitam o local. Por sinal, o ecossistema criado para o jogo é talvez a sua principal qualidade. Por diversas vezes me peguei apenas observando o comportamento dos animais presentes no título, vendo como funciona a cadeia alimentar deles e como eles parecem ter a real noção de como se comportar. Essa inteligência artificial permite que muitas situações interessantes aconteçam enquanto estamos caçando, como por exemplo a nossa presa ser atacada por um monstro maior ou para se recuperar dos ferimentos que lhes causamos, partirem a procura de seres comida.

monster-hunter-world-palicoEmbora essas caçadas possam ocorrer tranquilamente enquanto estivermos jogando sozinhos, o Monster Hunter: World brilha de fato ao estarmos na companhia de outras pessoas. Isso pode acontecer ao formarmos esquadrões ou ao dispararmos um sinal de socorro durante as missões. Desta forma os confrontos com os monstros serão muito mais divertidos e dependendo da habilidade e equipamentos dos integrantes do grupo, mais fáceis.

Por falar nos equipamentos, aqui temos algo que pode funcionar tanto como ponto alto como baixo no jogo. Com uma enorme variedade de armas para serem escolhidas desde o início e cada uma delas funcionando de maneira bem diferente das outras, encontrar a que melhor se adapta ao nosso estilo poderá ser uma tarefa bastante complicada. Além disso, como o jogo não conta com um sistema de evolução para o personagem, será através das armas e armaduras que nos tornaremos mais fortes e pra isso será necessário muita, mas muita paciência.

Ter que caçar monstros específicos diversas vezes apenas para coletar um determinado item é algo frequente no Monster Hunter: World e se você não gosta do famoso grind, este talvez não seja um jogo para você. O que pode aliviar essas buscas é o fato de cada saída do acampamento nos apresentar a situações distintas e se você estiver jogando com outras pessoas, essas aventuras poderão se tornar menos cansativas.

Outro aspecto que pesa contra o título é a sua complexidade e falta de explicações para certos assuntos. Embora o Monster Hunter: World tenha melhorado bastante isso em relação aos seus antecessores, ainda é possível nos sentirmos perdidos de vez em quando, especialmente se você for um novato na série. Até por isso é interessante contar com a ajuda de outros jogadores, ainda mais se eles forem experientes. Mas desde que você tenha um pouco de paciência e curiosidade para pesquisar, é possível conseguir se virar.

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Algo a se elogiar no Monster Hunter: World é a maneira como os combates podem ser tão acessíveis quanto desafiadores. Com vários deles durando algumas dezenas de minutos, asvezes apenas esmagar botões será o suficiente para derrotarmos um monstro, mas é após dominarmos uma arma que a coisa fica realmente interessante. Também ajudará muito aprendermos a adotar as mais variadas estratégias durante os confrontos, seja utilizando diversas armadilhas ou o próprio cenário para enfraquecer os animais.

No entanto, vale avisar que este é o típico game que exigirá muita dedicação por parte do jogador. Tirar tudo o que ele tem a oferecer é uma tarefa para poucos, uma particularidade que pode ser tão positiva quanto negativa. Isso posto, se você procura um título com um modo cooperativo robusto, cujo sistema de recompensas obtidas ao completar missões não parece enganador e que presenteará o seu esforço, o Monster Hunter: World provavelmente lhe entreterá por muitas e muitas horas.

Tenho que admitir que após dedicar um bom tempo a este capítulo e algumas outras ao Monster Hunter 3 Ultimate para Wii U, a sensação que tenho é de que esta não é uma franquia para mim. É engraçado como mesmo achando sua ideia muito bacana e sua execução magistral, ela continua não conseguindo me prender. O que não sei é se isso acontece por bizarrices como as armas absurdamente grandes, gatos que atuam como ajudantes de caçadores ou cozinheiros, ou mesmo por nunca ter encontrado companhias interessantes para as partidas. Contudo, consigo entender a paixão que esses jogos causam nas pessoas e no fundo sinto até um pouco de vergonha por nunca ter conseguido entrar para a legião de adoradores do Monster Hunter. Mas isso é assunto para outra hora.


Monster Hunter: World - Elder Dragons Trailer

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