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Anúncios: da web para seu computador

14 anos atrás

Vender anúncios para grandes audiências é um negócio bastante lucrativo. O Google fez nome e fama em cima dessa tática, e hoje, a Microsoft corre atrás do prejuízo e tenta emplacar o Bing justamente para poder vender anúncios na Internet. Se a Grande Rede, que é bastante populosa, é uma fonte de renda interessante, imagine algo comum a todos os computadores do mundo: o sistema operacional. Pois é, parece que o software básico de todo PC é o novo alvo (da gana) de anunciantes e plataformas de anúncios.

Não é de hoje que alguns programas são suportados por anúncios. O Opera, por exemplo, antigamente era pago, e a versão gratuita vinha com um nada elegante banner de 728x90 pixels no cabeçalho. Hoje pode parecer irrelevante, mas imagine isso numa época em que a resolução média era de 800x600? O Windows Live Messenger (antigo MSN Messenger) é outro que gera um grande lucro para a Microsoft, via banner no rodapé da lista de contatos, e anúncios textuais nas janelas de conversação.

Novos programas também partirão dessa premissa: suporte por anúncios. Exemplo? Office 2010 Starter. A nova edição do Office, cujo objetivo é substituir o malfadado Works, conterá um banner permanente. Tudo bem que, para o usuário final, o programa, que a princípio só será vendido para integradores OEM e disponibilizado em PCs novos, será gratuito, mas é como diz o velho ditado: não há almoço grátis. Você paga, mediante a audiência dos anúncios built-in.

Para que não fique a impressão (como se fosse adiantar…) de que a Microsoft é do mal, o Google entrou na dança, e a última versão do Google Earth está recheada de anúncios AdSense. O mais estranho é que o próprio Google veda a inclusão de anúncios do AdSense em software, limitando sua exibição apenas em páginas web. Seria um prenúncio de que, em breve, essa será a praga substitura da barra de ferramentas do Ask.com?

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Calma que a coisa piora. A Apple deu um passo à frente (ou para trás, a depender do ponto de vista), e registrou uma patente que esquematiza um sistema no qual a publicidade invade não seu site favorito, nem mesmo um programa gratuito qualquer, mas o sistema operacional. Aquele pelo qual você pagou.

Aonde isso vai parar? Ainda é uma incógnita. Oferecer versões trial é uma prática comum na informática há anos, e uma das maneiras mais eficazes de vender um software que as pessoas queiram ou precisem muito. O problema que está se desenhando nesse cenário é que, pelo andar da carruagem, o remédio (software pago) está sendo contaminado pela doença (anúncios) contra a qual ele deveria lutar, o que deixará o usuário sem saída, obrigado a, além de pagar por um programa, ter que aguentar anúncios de aumento peniano e remédio para impotência. Linux, cadê você?

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