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Com mais acertos do que erros, é bom ver o retorno do Okami

Apesar de contar com algumas limitações na parte visual, o Ōkami HD que acaba de chegar ao PC, PS4 e Xbox One é uma ótima versão para um jogo simplesmente espetacular.

6 anos atrás

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Gosto de acreditar que os games podem ser uma excelente forma de disseminação cultural e talvez nenhum jogo exemplifique isso mais do que o Ōkami. Lançado originalmente em 2006 para o PlayStation 2, a criação de Hideki Kamiya me conquistou assim que coloquei o disco no meu console e além dos gráficos belíssimos, foi a maneira como ele tratava o folclore japonês que contribuiu para isso.

Aproveitando várias lendas e mitos do país asiático, foi fantástico conhecer a história de Amaterasu e quando a Capcom anunciou que aquele fantástico jogo seria relançado para as plataformas atuais, sabia que esta poderia ser uma ótima oportunidade para revisitar aquele que considero um dos melhores jogos que tive o prazer de conhecer.

Ao iniciar a saga da deusa do Sol no PC, a primeira coisa que notamos é como o estilo visual do jogo ajudou a tornar a remasterização ainda melhor. A técnica japonesa de pintura conhecida como Ukiyo-e já era muito bonita em baixa resolução, mas ter a possibilidade de vê-la em até 4K torna a experiência ainda melhor, nos fazendo ter a nítida sensação de estarmos assistindo uma pintura em movimento.

No entanto, há de se lamentar o fato de que mesmo no PC essa remasterização não roda acima de 30 frames por segundo. De acordo com um funcionário da Capcom, isso se deve ao fato de que aumentar a taxa traria muitos problemas ao jogo e que para consertar tudo seria necessário um esforço descomunal. Eu não duvido que cedo ou tarde algum modder entregará essa possibilidade, mas não é o que termos por enquanto.

Também estranhei a limitação quando se trata de configurações visuais, com o jogo nos permitindo apenas escolher entre três opções e sem podermos nem ao menos ativar ou desativar o anti-aliasing. É verdade que na configuração máxima o visual do jogo fica bem limpo, praticamente sem serrilhados, mas me incomodou continuar pipocando objetos pelo cenário conforme avançamos.

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Outro problema que não foi corrigido é a maneira como a câmera funciona no Ōkami. Embora com o passar do tempo acabamos nos acostumando com ela, não dá para dizer que a câmera seja um primor, principalmente por ela continuar teimando em voltar para trás do lobo automaticamente.

Por outro lado, uma grande adição nesta versão para PC é o suporte ao mouse. Embora o jogo tenha tentando se valer de controle de movimentos anteriormente e até melhorado um pouco por causa disso, a impressão é de que a sua jogabilidade foi feita pensando no periférico para computadores. Fazer os movimentos para  dar as pinceladas nunca pareceu algo tão natural e talvez o título só se tornasse melhor numa tela sensível ao toque, o que me faz lamentar não existir uma versão para o Nintendo Switch.

Diante de alguns pontos que citei aqui, pode até parecer que esta remasterização do Ōkami não vale a pena, mas isso não estaria mais longe da verdade. Seja você alguém que jogou o game lá no PlayStation 2 ou no Wii, ou que simplesmente nunca teve a oportunidade de conhecer o game , esta é sem dúvida uma ótima maneira de encarar esta obra de arte.

Eu ainda tenho um longo caminho pela frente, mesmo porque a história do Ōkami pode render facilmente mais de 40 horas. Porém, como lá se vão uns 10 anos desde que o joguei pela última vez, será um tremendo prazer poder relembrar tudo o que cerca este fantástico universo e os muitos personagens interessantes que ele tem a oferecer.


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