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Review — Galaxy J5 Prime: bonitinho, mas ordinário

Confira nosso review sobre o Galaxy J5 Prime, um dos vários novos smartphones básicos da Samsung para o consumidor que busca aparelhos bons e baratos: ele corresponde ou não às expectativas?

6 anos e meio atrás

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“Em time que está ganhando não se mexe”. Embora a Samsung seja constantemente criticada por entupir o mercado com dispositivos de entrada e mid-low muito parecidos entre si, não dá para negar que tal jogada dá certo: esses aparelhos vendem a rodo entre os consumidores menos exigentes, que só desejam um smartphone para assistir vídeos e acessar redes sociais ou aqueles com um menor poder aquisitivo, que não podem arcam com soluções melhores e mais caras da concorrência ou dela própria.

O Galaxy J5 Prime, lançado em julho é um bom exemplo: ele não é nada que se diga “nossa, que smartphone incrível!”, apenas cumpre de forma minimamente satisfatória o que se propõe a fazer dentro dos aparelhos da faixa de preço de R$ 1 mil. Eu o usei por alguns dias como meu smartphone principal e estas são minhas impressões.


Design

Diferente do seu antecessor Galaxy J5 Metal, que só tinha metal nas bordas o corpo do J5 Prime é 100% metálico, o que lhe confere um aspecto mais sóbrio (apesar da cor rosa, que eu até acho charmosa; melhor do que o domínio da cor preta) e profissional e menos barato. Apesar de ser um aparelho voltado para usuários com menos grana a Samsung entendeu que mesmo os “bons e baratos” merecem atenção nos detalhes, e este bichinho tem vários bem cuidados.

A traseira escovada resiste a manchas e tem uma excelente pegada, o J5 Prime não vai escorregar da sua mão mesmo que você seja extremamente desastrado (confie em mim nessa parte). Por outro lado, a bateria não-removível fez com que os acessos aos cartões SIM e ao Micro-SD fosse colocados no lado esquerdo, e os botões de volume foram deslocados mais para cima. Do lado direito há apenas o Power e a saída de áudio, que convenhamos está mal posicionada; não foram raras as vezes que eu a tapei ao manusear o smartphone na vertical.

Falando nos cartões, a Samsung acerta ao mais uma vez fornecer um slot dedicado ao Micro-SD independente do Dual-SIM. Hoje em dia dois chips é uma conveniência muito agradável e ninguém gosta de escolher entre um segundo número ou usar só um e adicionar mais memória. O botão Home é outra atração, sendo também um leitor de impressões digitais e isso faz do J5 Prime um aparelho compatível com Samsung Pay, o sistema de pagamentos digitais da gigante sul-coreana.

No entanto ele não é perfeito: o leitor demora para reconhecer a digital para desbloquear o aparelho quando a tela está desligada, um pouco mais do que a vista em concorrentes como o Moto E4 Plus ou mesmo da própria Samsung como o Galaxy A7 (2017), embora este esteja em uma categoria diferente.

O outro detalhe é o display, um TFT LCD de 5 polegadas com resolução apenas HD (294 ppi) com cores um pouco mais lavadas e um ângulo de visão não muito amplo, basta olhar um pouco de lado para perder os detalhes da tela. O brilho é suficiente para tornar o display visível debaixo de Sol a pino com um certo esforço, mas o J5 Prime não conta com um sensor de luminosidade; logo você terá que fazer os ajustes na mão. Quanto à resolução e fabricante poderia muito bem inserir Full HD sem comprometer o preço final, mas preferiram economizar.

Por fim temos o bom e velho conector micro-USB 2.0, já que a Samsung preferiu não adicionar um Type-C.

No fim das contas o J5 Prime é bem atraente aos olhos, e possui um cuidado com o design um pouco acima da média para aparelhos mais modestos mas poderiam ter caprichado mais na tela.

Performance

Aqui é onde o fator "dispositivo mid-low" se faz presente. Ele conta com um SoC Exynos 7570, um quad-core Cortex-A53 com clock de 1,4 GHz e GPU Mali-T720 que é um bom chip, capaz de dar conta de uma série de funções mas ele é prejudicado pelo gargalo da memória RAM, com apenas 2 GB disponíveis.

Apps leves, como o WhatsApp rodam macios mas os mais pesados e comilões, como o Chrome e o Facebook exigiram bem mais esforço. Eles demoram a abrir, e embora não engasguem como no caso do E4 Plus mas ainda é um ponto negativo a relatar. Em modo multitarefa ele se sai bem, desde que não hajam muitos apps abertos.

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Ele aguenta games leves e mesmo alguns mais pesados, como Injustice 2 mas as configurações devem ser colocadas em modo automático ou de baixa resolução; do contrário o festivas de slowdowns será constante. Na verdade o J5 Prime é voltado para o usuário básico que gosta de aparelhos maiores, logo é até compreensível ele não se dar bem com games mais elaborados e exigentes. Por outro lado, os 32 GB de espaço de armazenamento são bem-vindos e o aparelho suporta Micro-SDs de até 256 GB, embora não seja possível torna-lo uma extensão da memória interna.

O Android é outra vez o 6.0 Marshmallow e não há previsão de atualização para o 7.0 Nougat por enquanto, bola fora Samsung. A camada de customização, diferente do ocorrido no A7 (2017) não é a Grace UI e sim a famigerada TouchWiz, embora sem a mão pesada do passado; como apps adicionais podemos citar o pacote Microsoft Office, a suíte Google e navegador Opera Max, além de uma ou outra ferramenta proprietária e basicamente desnecessária.

O Galaxy J5 Prime marcou 99 pontos no 3DMark, não é nada surpreendente mas também não é ruim; é apenas uma performance mediana, sem nada a destacar. No geral é possível viver de games simples, redes sociais, navegação comedida e até curtir apps de vídeo e áudio, desde que você NUNCA desgrude de seu carregador externo: isso porque a bateria, de apenas 2.400 mAh não aguenta o tranco de uso pesado e constante.

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Em situações normais de temperatura e pressão, com o brilho no máximo e uso de 4G, navegação, games ocasionais, streaming de áudio via Deezer e Pocket Casts e vídeo via YouTube fez com que a bateria fosse de 100% às 08:00 a 13% às 23:00, um número razoável; porém, quando foi exigido um pouco mais dele com Bluetooth ativo (para fones wireless; não há o que reclamar do par que acompanha o aparelho entretanto), uma maior execução de vídeos e games e acesso constante a redes sociais a energia foi drenada sem dó: de 100% às 10:00 a 4% às 20:44.

Em nosso tradicional teste com o VLC (que consome recursos de hardware sem dó), rodando um filme em Full HD de 1h47m a bateria desceu de 100% para 75%, uma marca bem abaixo mesmo de similares da categoria igualmente menos avantajados em termos de autonomia.

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A verdade é que a bateria é insuficiente, independente do cenário. Ter um Galaxy J5 Prime implica que você será obrigado a andar com um carregador externo o tempo todo, sob risco de ficar sem energia no fim do dia caso o faça. E o carregador não é rápido, tendo consumido quase três horas para ir de 4% a 100%.

Câmeras

Novamente outro conjunto bem “meh”. A principal conta com resolução de 13 megapixels e abertura f/1,9 com autofoco, o que na teoria deveria prover boas imagens. No entanto o sensor não é lá grande coisa, em situações com bastante luz você vai tirar fotos decentes com boas cores embora com pouca definição nas laterais.

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Configurações automáticas ativas

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Com HDR ativado as coisas melhoram um pouco

Ainda assim algumas aberrações podem acontecer mesmo em situações com bastante luz, e nessa hora o modo HDR pode ser uma mão na roda para ajustar melhor o equilíbrio de cores. À noite ou em ambientes mais escuros a perda de definição é bem mais aparente e não há muito o que fazer: o modo de pós-processamento vai remover informações e não vai dar para evitar. O mesmo pode se dizer de fotos feitas em ambientes internos, vai ter ruído e perda de qualidade.

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A perda de detalhes é notória

A câmera selfie, com 5 MP e abertura f/2,2 só funciona bem em ambientes com muita luz, ponto. Não adianta tentar tirar fotos dentro de casa, a quantidade de ruído será intensa e a qualidade final será sofrível. Nem o Flash LED fará milagres nessa situação.

Em uma situação com bastante luz no entanto as imagens serão mais aceitáveis, com boas cores e sem muito ruído. De novo, apenas básico.

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A qualidade da câmera selfie não é nada demais, desde que haja bastante luz

Como sempre, acesse o álbum no Flickr para as versões originais destas e de outras fotos.

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Conclusão

A Samsung possui uma estratégia sólida para as categorias de entrada e mid-low, que é lançar smartphones muito parecidos entre si e atender quem quer apenas um aparelho “bom e barato” e não está nem aí para detalhes. O Galaxy J5 Prime segue essa filosofia: ele não se destaca em absolutamente nenhuma característica, contando com performance, autonomia e qualidade de câmeras apenas medianas.

O preço sugerido de R$ 999,00 no lançamento, o mesmo do Moto G5 que o supera em absolutamente tudo era seu principal calcanhar de Aquiles e que o anulava por completo, porém hoje já é possível encontra-lo por valores mais camaradas de até R$ 749,00 no boleto. Nessa situação o Galaxy J5 Prime se torna uma opção para quem quer economizar mas está ciente de que vai levar para casa um gadget absolutamente básico.

Eu aconselharia esperar um pouco mais até o preço se fixar entre R$ 649 e R$ 699, o que o tornará uma aquisição um pouquinho mais interessante.

Pontos fortes:

  • o acabamento metálico o deixa com uma aparência mais sóbria (e menos barata);
  • leitor de digitais em um mid-low é algo sempre bem-vindo;
  • Dual-SIM com bandeja dedicada para Micro-SD? Yes, please;
  • 32 GB de armazenamento interno, aí sim.

Pontos fracos:

  • a bateria é modesta até demais;
  • as câmeras idem;
  • a tela podia ser Full HD;
  • nada de Android 7.0 Nougat mais uma vez.

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