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Alemanha manda Google remover menções a páginas removidas pelo “Direito ao Esquecimento”

RÁ, pegadinha do Google! Justiça alemã manda empresa remover menções a site parceiro que contém todos os resultados removidos de seu motor de busca por causa do “Direito ao Esquecimento”.

7 anos atrás

Eu sei que o Street View não tem nada a ver com essa história, mas a foto é boa demais para ser deixada de fora

A Europa tem um novo bicho-papão e seu nome é Google. É fato que a companhia se tornou grande e poderosa demais, mas a Comissão Europeia entrou em um modo 120% protecionista e acusa a gigante das buscas de tudo de ruim que acontece hoje no velho continente, desde a crise dos veículos de mídia tradicionais a perda de competitividade em diversos setores, seja o mobile ou dos bancos de imagens.

O “Direito ao Esquecimento”, uma lei promulgada em 2014 é mais um dos cabos de guerra que o Google e a Europa disputam. O entendimento do bloco é que ele deve ser aplicado globalmente, se um cidadão europeu fizer besteira todas as indexações devem ser removidas do banco de dados do motor de busca, deixando de mostrar os resultados em qualquer lugar do planeta. O Google só o aplicou nos domínios europeus e claro, deu zica.

Individualmente os países podem aplicar sanções às empresas se as leis do bloco forem brandas demais, o Reino Unido por exemplo comprou briga com o Google porque os jornais locais estavam reportando listas com os sites removidos das buscas. Sob entendimento do Information Commissioner's Office Mountain View deveria ser obrigada a remover também os links para as notícias, já que não pode impedir os jornais e sites de reportarem as remoções e que comicamente, resultaria numa tremenda bola de neve.

Agora a Alemanha entrou nesse mesmo loop: sempre que o Google recebe uma notificação de um cidadão pedindo a remoção de links levando a certos sites, a empresa envia a requisição para o site Lumen Database, ao mesmo tempo em que se encarrega de apagar as referências. No lugar do link os resultados passam a exibir a seguinte mensagem:

Devido a uma requisição formal enviada ao Google, nós removemos este resultado de busca. Você pode encontrar mais informações no site LumenDatabase.org”.

A parte divertida dessa história é que o Google e Lumen Database não valem o que comem: o site em questão mantém TODAS as referências arquivadas e o usuário só precisa de um click adicional para entrar no site, repetir a busca e encontrar o que está procurando. O Google cumpre as determinações da UE ao remover os links, inclusive agindo com a maior transparência possível ao informar os usuários sobre o que aconteceu com a devida referência. A sacanagem no entanto é que o Lumen Database não faz parte do acordo, e não tem a menor obrigação de remover os resultados.

A Alta Corte Regional de Munique não quer saber disso entretanto, e entrou com um novo processinho contra o Google de forma a obrigá-lo a não mais enviar as solicitações ao Lumen e deixar de menciona-lo nos resultados removidos, sob o argumento de que a gigante usou de uma brecha para apenas permitir que o usuário encontre as notícias sem referência com apenas um click a mais, mesmo utilizando a carta da transparência.

No fim das contas esta é uma batalha perdida, não há meios de impedir que os ditos resultados sejam encontrados por quem os busca e o Google não está facilitando, visto que depende das buscas para fazer dinheiro. Essa novela está longe de terminar e francamente, está ficando cada vez mais divertida.

Fonte: The Next Web.

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