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E3 2017 — Days Gone e as malditas demos coreografadas

Com um trailer fantástico que mostra uma missão sendo executada de maneira impecável, o Days Gone empolga, mesmo sabendo que quando jogarmos, nosso desempenho passará bem longe do que foi mostrado ali.

7 anos atrás

Em desenvolvimento desde 2015 pela Bend Studio, desde a E3 do ano passado eu tenho olhado com bastante carinho para o Days Gone, novo jogo de zumbis que infelizmente ainda não tem uma data para chegar ao PlayStation 4.

Como já havia sido mostrado naquele momento, o título se passará num mundo aberto, com o protagonista tendo que fazer o possível para sobreviver ao caos que a sociedade se tornou após uma pandemia ter transformado as pessoas em mortos-vivos e poucas vezes uma horda de zumbis pareceu tão perigosa quanto o que tem sido prometido para esse jogo.

Tratado pela Sony como uma das principais novas franquias que estão para chegar ao console, era óbvio que o Days Gone apareceria na edição deste ano da feira e após assistir o trailer que eles tinham para mostrar, confesso que senti um misto de empolgação e decepção.

No vídeo pudemos ver o personagem Deacon St. John saindo do acampamento em que vive para procurar uma pessoa e após cair numa armadilha e se livrar, ele ruma a pé para o objetivo. A partir daí vemos uma sequência de ações simplesmente fantásticas, algo digno de um filme de ação e se por um lado a suposta liberdade cumpre o seu papel de empolgar, por outro frustra por sabermos que nunca conseguiremos realizar as missões com tamanha precisão.

Eu entendo o esforço das equipes de marketing dos estúdios para tentar nos vender os jogos como os melhores possíveis, mas é um tanto irritante acompanhar uma E3 e assistir apenas demos perfeitas, onde tudo funciona lindamente e que são tão distante daquilo que receberemos/executaremos.

Se você reparar, perceberá que a pessoa que está “jogando” o Days Gone nem tem o cuidado de olhar para os lados para saber se algum NPC está olhando para ela, algo que imagino que a maioria faça constantemente quando estamos num trecho de um jogo em que precisamos ficar escondidos. E sem falar na maneira como ela parece saber exatamente onde estará cada inimigo que virá pela frente.

Eu até aceito que o intuito aqui era apenas vender a ideia de como o jogo nos permitirá bolar estratégias para passar por determinadas situações, mas lhes pergunto: quando a versão final chegar às nossas mãos, quantas oportunidades teremos de colocar uma bomba num portão como aquele e nos escondermos atrás de um tronco estrategicamente posicionado? E mais, após fazer isso, você ficará tranquilamente abaixado ali, só esperando os zumbis atacarem os inimigos?

O pior é que isso não é exclusividade da Bend Studio ou da Sony, com a Ubisoft sendo mestre em vender esse tipo de ideia sempre que anuncia um Assassin’s Creed ou um Far Cry. Mas quer saber? Como sou trouxa, tenho que admitir que todos esses trailers conseguem me deixar com vontade de jogar esses games de mundo aberto cheios de liberdade, mesmo sabendo que quando o fizer, meu desempenho passará muito longe de toda a perfeição que eles me venderam. E olha que nem vou entrar no mérito da parte visual.

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