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CEO da Niantic Labs acha que a realidade virtual pode ser um problema

Para responsável pelo estúdio que criou o Pokémon GO, a realidade virtual pode se tornar tão boa que as pessoas deixarão de querer viver no mundo real. Será que a ficção se tornará realidade?

7 anos atrás

A realidade virtual tem sido motivo de muitos debates na indústria de games, com alguns profissionais da área dizendo que ela nunca se tornará popular e outros até temendo que os HMDs afastem as pessoas. Já o CEO da Niantic Labs, estúdio responsável pelo Pokémon GO, disse que a tecnologia pode evoluir tanto, que um dia chegaremos num ponto que muitos achavam que só aconteceria na ficção científica.

Minha opinião sobre a RV é que tenho medo de ela se tornar boa demais, no sentido de ser uma experiência que as pessoas queiram passar uma grande quantidade de tempo nela. Quero dizer, eu já me preocupo com os meus filhos jogando muito Minecraft e este é um ótimo jogo.

 

Somos seres humanos e existem muitas pesquisas por aí que mostram que somos muito mais felizes quando nos exercitamos, quando saímos — na natureza, em particular. Acho que será um problema para nós como uma sociedade se esquecermos disso e passarmos todo o tempo em um universo de RV no estilo do Jogador Nº 1.

Talvez o quadro pintado por John Hanke nunca chegue a acontecer e os HMDs sejam abandonados antes mesmo das pessoas deixarem o mundo real de lado para viverem num lugar melhor (e virtual). Porém, acho que o exemplo dado por ele ilustra muito bem esse risco e se a realidade virtual realmente alcançar um nível tão alto, será que não acabaremos vendo uma epidemia de usuários que perderam a vontade de ter uma vida minimamente social?

Para quem gosta de videogames, é fácil lembrar de diversos momentos onde apenas queríamos passar mais e mais tempo dentro de um jogo que nos agradou, as vezes tendo até que lutar para não abrirmos mão de amigos, trabalho, estudo e todas as outras coisas do cotidiano que parecem muito menos divertidas do que os mundos fantásticos que tais títulos nos proporcionam. Agora, imagine isso sendo entregue por um dispositivo muito mais imersivo, cujo objetivo é justamente nos fazer esquecer da vida real?

Como se trata de um profissional cujo estúdio está há alguns anos focado em entregar experiências de realidade aumentada, pode ser que ele esteja apenas tentando desmerecer uma tecnologia que de certa forma concorre com a sua, mas sinceramente acho que ele tem alguma razão em sua crítica e se antes eu nunca tinha pensado na RV desta maneira, acho que passarei a olhar para ela com um pouco de receio.

Fonte: GamesIndustry.

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