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Qualcomm teria impedido Samsung de vender seus SoCs Exynos a fabricantes de Androids

Acordo desleal imposto pela Qualcomm teria impedido a Samsung de comercializar seus SoCs Exynos com outros fabricantes de Androids, a fim de garantir o domínio do mercado.

7 anos atrás

Os processadores Exynos da Samsung estão entre os melhores disponíveis para dispositivos móveis, e por conta disso muita gente achava curiosa a decisão da companhia sul-coreana em não competir com Qualcomm, TSMC e outras fornecendo-o para outras fabricantes de dispositivos Android (com exceção de alguns modelos da Meizu). Pensava-se que se tratava de uma estratégia conservadora, manter o chip ligado apenas a seus próprios aparelhos e com isso oferecer um diferencial frente aos concorrentes.

Só que como seus principais aparelhos contavam com versões distintas com chips Exynos e Snapdragon, tal afirmação parecia algo mais próximo de uma cláusula de contrato do que qualquer outra coisa e segundo um site da Pior Coreia, foi exatamente isso que aconteceu.

De acordo com as informações apuradas, a Qualcomm mais uma vez se fez valer de um de seus já famosos contratos leoninos, como os que forçou fabricantes a assinar a fim destes adquirirem seus próprios componentes, sob ameaça de multas caso preferissem soluções concorrentes. Nem a Apple escapou, e ela agora está processando a Qualcomm por impor condições desfavoráveis na aquisição de modems LTE para iPhones e iPads, além de chantagem e extorsão. A fabricante de chips nega todas as acusações, mas já é notório a prática da companhia em não se adequar ao acordo FRAND de licenciamento de patentes de forma justa, razoável e não discriminatória, obrigatório nos EUA e que é adotado quando uma companhia oferece tecnologias que se tornam essenciais para o mercado.

No caso da Samsung, a companhia sul-coreana de fato tentou colocar os chips Exynos no mercado a fim de bater de frente com os principais fabricantes de SoCs, mas tal movimento foi impedido pela Qualcomm: ela se fez valer de uma "patente de padrões essenciais", impedindo a concorrente de comercializar seus chips integrados e componentes como modems por pelo menos 25 anos. A investigação conduzida pela FTC, durante o processo contra a Qualcomm por violar leis antitruste revelou a tramoia, que foi considerada prática desleal e abuso de poder de mercado.

Embora a medida seja uma cláusula de contrato com a Qualcomm para a mesma fornecer seus demais componentes para a Samsung, bem como garantir que os chips Snapdragon tivessem um lugarzinho entre os produtos da fabricante ao lado dos Exynos o entendimento da FTC é que mais uma vez a fabricante de SoCs passou a perna num potencial concorrente, a fim de garantir o domínio do mercado por muito tempo.

A situação da Qualcomm em geral não é boa. A FTC não está disposta a permitir que a companhia continue praticando tal monopólio no comércio de SoCs e está trabalhando para não só multa-la violentamente, mas também invalidar os acordos e permitir que outras empresas também possam comercializar seus produtos. Portanto, é bem possível que no futuro vejamos outros smartphones e tablets não-Samsung equipados com chips Exynos, o que seria muito bom.

Fonte: The Korea Economic Daily.

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