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ASUS lança rival do Raspberry Pi que suporta 4K por US$ 68

ASUS apresenta o Tinker Board, seu mini-computador que chega para concorrer com o Raspberry Pi mas que por enquanto, não é indicado para fuçadores em geral.

7 anos atrás

A ASUS decidiu entrar em um novo mercado, o o de dispositivos compactos para desenvolvedores. Ou assim deveria ser, já que apesar de seu Tinker Board chegar como um concorrente do Raspberry Pi 3, este novo mini-PC é mais voltado para quem deseja ter um media center pequeno e barato em casa do que para quem pretende utiliza-lo para desenvolvimento e aprendizado. Ao menos por enquanto.

A primeira coisa que percebemos é a intenção da ASUS em superar a Raspberry Pi Foundation focando-se em em duas coisas principalmente: o prestígio de sua marca e um dispositivo com poder de fogo consideralmente maior que o produto da concorrente. O Tinker Board é equipado com um SoC da Rockchip assim como o Pi 3 (o modelo mais recente e que tomaremos como base para comparações), no caso um RK3288 quad-core Cortex-A17 com clock de 1,8 GHz, contra o BCM2837 quad-core de 1,2 GHz do rival. A GPU é uma Mali-T764 que suporta OpenGL, OpenCL e DirectX 11 e segundo a fabricante, é capaz de reproduzir vídeo em 4K. Já o Raspberry é "limitado" a 1080p a 30 fps.

A memória RAM também é generosa: são 2 GB LPDDR3 Dual-Channel contra apenas 1 GB do concorrente, o que pode ser muito interessante para alguns.

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O Tinker Board também conta com Ethernet Gigabit para conexões mais velozes, conector GPIO 3.0 (o do Pi 3 é 2.0) e suporte a transmissão de áudio em 192 kHz/24 bits (contra 48 kHz/16 bits). De resto tudo igual: o mesmo form factor e praticamente as mesmas dimensões (até para ser compatível com os cases),Wi-Fi 802.11 b/g/n, quatro portas USB 2.0, uma HDMI, uma micro-USB para alimentação, conectores para acessórios como câmera e display e entrada para cartão micro-SD.

A ASUS acredita que fornecer um dispositivo mais poderoso vai “aumentar o poder de escolha dos usuários”, o que é algo digno de nota mas ao menos num primeiro momento, há dois problemas que a companhia taiwanesa precisa resolver:

  • primeiro, ela precisa conquistar os desenvolvedores; o Tinker Board por enquanto só é compatível com uma versão do Debian exclusiva, desenvolvida pela ASUS para o mini-PC e o Kodi, um dos players de mídia favoritos do pessoal que utiliza seus Raspberries como media centers. É algo até bem óbvio, visto que as capacidades do bichinho o posicionam como um produto para quem deseja ter um set-top box razoavelmente barato em sua sala de estar. Porém, o sucesso do produto da Raspberry Pi Foundation se deu principalmente pelo apoio da comunidade, visto que a linha Pi/Pi Zero suporta uma série de sistemas operacionais para os mais diversos fins, de uso doméstico a entretenimento (RetroPie, Plex), passando por aplicativos para a Internet das Coisas e iniciativas educacionais. Claro que quem quer faz, mas seria interessante que ao menos o Tinker Board já suportasse as versões de Linux prontas para o Pi.
  • segundo, ele é caro. Todo o poder extra de que dispõe não veio sem um custo, o mini-PC da ASUS está sendo vendido pelo equivalente a US$ 68 com frete, contra os US$ 35 do Pi 3. Embora possa parecer um preço justo os taiwaneses não entenderam a filosofia da Raspberry Pi Foundation, uma ideia que foi dada por Eric Schmidt para fazer mais pelo mesmo preço. O Pi Zero hoje tem mais poder de processamento que o primeiro Pi (1 GHz contra 700 Mhz) e custa ridículos cinco dólares. Já seu produto principal teve diversas versões, uma mais potente que a outra e manteve o mesmo valor.

Pensando nisso é plenamente possível que a Pi Foundation lance em breve um Raspberry Pi 4 com o mesmo poder de fogo do Tinker Board, pelos mesmos US$ 35 e com todo o apoio da comunidade. A intenção da ASUS é boa, inclusive para fazer com que o pessoal dos micro-PCs se mexa mas ao menos para desenvolvedores e entusiastas, ele não é um produto interessante num primeiro momento. Já para quem busca ter um media center 4K por menos de 100 dólares ele pode ser uma boa opção. Aos demais, recomendo esperar um pouco e ver o que os outros fabricantes irão aprontar nos próximos meses. Especialmente a Raspberry Pi Foundation.

Fonte: CPC.

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