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USAF precisa desesperadamente de um avião-tanque stealth

O grande calcanhar de aquiles da aviação militar é a autonomia. Isso é meio que resolvido com aviões-tanque, mas eles nunca voam em território inimigo, pois são alvos fáceis. Fica cada vez mais evidente a necessidade de que esses aviões acompanhem a tecnologia Stealth dos caças, para seu próprio bem.

7 anos atrás

Em 1959 um pequeno Cessna 172 bateu um recorde que permanece até hoje: dois malucos pegaram um avião, instalaram tanques extras, uma gambiarra para trocar óleo do motor com ele em funcionamento e decolaram. Só pousaram 64 dias e 22 horas depois.

Para manter o bicho no ar os malucos usaram caminhões que acompanhavam o avião enquanto bombeavam gasolina. Uma modalidade única e (mais) perigosa de reabastecimento aéreo (para saber mais, leia a matéria completa no Lito). Só não é viável com aviões rápidos demais, no meio do oceano, etc. E isso complica a vida da aviação.

Desde os primórdios autonomia era um problema, e na década de 1920 já ensaiavam essa manobra, que continua sendo uma das coisas mais perigosas e enervantes que um piloto precisa fazer. Tom Clancy dizia que reabastecimento em vôo é a coisa mais antinatural envolvendo duas aeronaves.

Acidentes em reabastecimento ocorrem mesmo em treinos, agora imagine a situação:

Você está na fronteira do território inimigo. Voando em um enorme e lento avião de carreira modificado para transportar 85.923 bilhões de toneladas de combustível altamente inflamável. Você precisa confiar nos relatos da inteligência de que não há inimigos com mísseis nas proximidades, NEM caças doidos por um alvo gordo e suculento como você.

Aí um avião aliado sofre avarias, precisa de combustível mas está bem dentro da zona controlada pelo inimigo. Gente comum diria “que pena”, mas na Guerra do Golfo mais de uma vez pilotos de KC-135 se aventuraram em território hostil para resgatar caças voando no cheiro.

Hoje a situação está pior. Os aviões andam mais beberrões, e a necessidade de ser stealth afeta o uso de tanques externos. Mesmo que você alije os tanques, as estruturas de suporte ainda ficam no lugar. Agora que China já tem caças Stealth, a segurança dos aviões-tanque americanos está mais que nunca ameaçada.

Intruder A6 quebrando o galho dando leitinho pras crianças

O novo avião-tanque dos EUA, o KC-46 Pegasus vai entrar em operação em 2018 já obsoleto. Ele é basicamente um Boeing 767, que não é exatamente um avião muito furtivo: brilharia como uma árvore de natal nos radares inimigos, seria alvo prioritário.

Um jeito de aumentar a chance de sobrevivência de aviões-tanque é usar caças como o A6, mas isso não é muito eficiente.

A solução é aplicar tecnologia Stealth em aviões-tanque, e a Lockheed Martin está correndo atrás, propondo uma versão Stealthy, com menor assinatura de radar que um avião-tanque normal e capacidade de sobreviver bem mais que um 767 em ambiente hostil.

O modelo apareceu no stand da empresa no Fórum do Instituto Americano de Ciência e Tecnologia Aeronáutica e Astronáutica (ufa!). Podemos dizer que é… futurista.

Agora a parte realista: não vai rolar. Com o KC-49 saindo do forno e expetativa de vida de uns 40 anos, ninguém vai botar dinheiro em um avião-tanque Stealth. O pessoal que se vire planejando missões com os meios atuais, e o inimigo que colabore não colocando os alvos muito longe.

Fonte: The Drive.

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