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Wii U quatro anos depois: impressões finais

Com o fim do Wii U estando muito próximo de acontecer, chegou a hora de fazermos um balanço sobre o console e debatermos em que pontos a Nintendo acertou e errou.

7 anos atrás

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E como já dizia o sábio Walter Joseph Kovacs: sim, “o fim está próximo”. No caso, o fim em questão é o do Wii U, videogame que a Nintendo lançou nos Estados Unidos no dia 18 de novembro de 2012 e que tinha a duríssima missão de substituir um aparelho que vendeu mais de cem milhões de unidades.

Com o seu sucessor estando a pouco menos de dois meses de chegar ao mercado e com canto do cisne do Wii U — o jogo The Legend of Zelda: Breath of the Wild — também estando muito próximo de ser lançado, acho que chegou a hora de fazermos um levantamento do que funcionou ou não no console.

Após conversar com amigos que também possuem o videogame, selecionei alguns pontos que considero importantes e nesse texto comentarei um pouco sobre eles. Então vamos lá.

— A falta (e o preço) de jogos

Quando se trata de criticar o Wii U, o principal alvo normalmente é sua lista de jogos. Sem o apoio maciço das desenvolvedoras e editoras externas, o console sofreu com a ausência de grandes produções, ajudando assim a reforçar a ideia de que videogames da Nintendo só servem pelos jogos da Nintendo.

Além disso, a plataforma nunca recebeu as generosas promoções que nos acostumamos a ver no PC ou mesmo nos aparelhos da Sony e da Microsoft. O que também atrapalhou na aquisição de novos games foi a ausência da Nintendo no Brasil, o que fez com que o valor cobrado pelos games demorassem muito a cair por aqui (isso quando caíram).

— Uma linha exclusiva de respeito

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Tudo bem, quando se trata de jogos feitos por estúdios externos os donos de um Wii U tem muito a lamentar, mas se o assunto for os títulos criados pela própria Nintendo, aí a coisa muda bastante. Mario Kart 8, Super Mario 3D World, Yoshi’s Woolly World, Super Mario Maker, Xenoblade Chronicles X, Splatoon, Paper Mario: Color Splash… foram várias opções e principalmente, de altíssima qualidade.

É bem verdade que muitos fãs sentiram falta de um Metroid, de um novo F-Zero ou não engoliram o criticado Star Fox Zero, mas no que se refere às obras da Nintendo, acho que não podemos dizer que eles não tentaram e se você comprou um Wii U pensando principalmente nas franquias da BigN, não deve ter se arrependido.

— Uma rede online muito atrás da concorrência

Para quem achou que a Nintendo aprenderia com os erros cometidos com o antecessor, podemos dizer que a parte online do Wii U foi uma decepção. As partidas online estão lá; boa parte dos jogos lançados fisicamente podem ser adquiridos pela loja digital; podemos ter uma lista de amigos; existe um chat por voz, mas… Tudo funciona de forma muito precária, sem toda a facilidade e robustez oferecida pela PSN ou Xbox Live e sempre deixando a sensação de que poderia (e deveria) ser muito melhor.

Com a chegada iminente do Switch, a expectativa de melhoras na rede online foi renovada, mas como estamos falando da Nintendo, acho que o mais prudente seria esperar pelo pior, para o que vier acabar sendo lucro.

— Hardware limitado sim, mas isso não foi “O” problema

Por mais que algumas pessoas insistam em atacar o Wii U por ele ser tecnicamente muito inferior ao Xbox One e ao PlayStation 4, digo com toda a sinceridade que esse é um detalhe que nunca me incomodou. Eu sempre defenderei que um jogo não precisa ter imagens fotorealistas para ser bonito e se tem uma características que a Nintendo conseguiu manter com esse videogame, foi de entregar jogos com belíssimas direções artísticas.

Porém, é impressionante como a empresa japonesa conseguiu tomar algumas decisões equivocadas quando se trata tanto do hardware quanto do sistema operacional do Wii U. Desde  o confuso e pouco útil Miiverse até o ato de compartilhar uma screenshot pelas redes sociais, a impressão é de que a equipe nunca soube muito bem como explorar o sistema, o que se torna ainda pior ao pensarmos que eles foram incapazes de lançar atualizações que adotassem melhorias significativas.

Já em relação ao equipamento em si, a capacidade de armazenamento interno rapidamente se mostrou muito pequena (mesmo na versão 32 GB) e embora possamos utilizar um HD externo no Wii U, eu só consegui fazer isso sem problemas depois de adquirir um dock com alimentação externa. Mas aí chegamos ao meu principal motivo de críticas ao Wii U, o seu controle.

— O problemático (e desnecessário) GamePad

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Desde o início apontado pela Nintendo como o grande diferencial do aparelho, o GamePad foi capaz de despertar sentimentos conflitantes em mim. Oras, é difícil não se encantar por aquela enorme tela no controle do Wii U, algo que poderia render maneiras muito interessantes de jogo, mas infelizmente não foi isso o que vimos.

Conforme o tempo ia passando ficava claro que nem a própria Nintendo sabia muito bem como aproveitar aquele controle e salvo raríssimas exceções, ele acabou sendo um recurso que não disse a que veio. Sim, graças a segunda tela pudemos viver algumas experiências vem interessantes, como criar fases no Super Mario Maker ou gerenciar a mochila no ZombiU sem parar a ação, o que causava uma tensão danada, mas tenho dúvidas se valeu a pena.

Outro problema do GamePad é que, talvez numa tentativa de forçar sua importância, a Nintendo acabou cometendo erros que considero simplesmente ridículos. Um exemplo é que mesmo que você utilize um Pro Controller para jogar, assim que o Wii U for iniciado o GamePad ligará sozinho e por mais difícil que seja acreditar, não existe uma maneira de desligá-lo pelo videogame, fazendo com que a sua fraquíssima bateria continue sendo drenada.

Aí temos por exemplo o caso do Xenoblade Chronicles X, título que no próprio manual diz ser compatível com o Pro Controller, mas só jogando descobrimos que ao utilizar esse acessório não teremos acesso ao mapa. Isso mesmo, a Monolith foi incapaz de incluir uma opção de visualizarmos o mapa pelo menu, com isso só podendo ser feito através da tela do GamePad e infelizmente ele será fundamental para avançarmos na aventura.

Some a isso o baixíssimo alcance do GamePad, que ao contrário do que eu imaginava anteriormente não funciona em outro cômodo da casa e dessa forma até a ideia de jogarmos através da sua tela, liberando a televisão para outras pessoas, acaba perdendo bastante apelo.

— Valeu a pena?

Essa é uma pergunta difícil de ser respondida, mas mesmo tendo visto mais erros do que acertos por parte da Nintendo, eu diria que não me arrependo de ter comprado um Wii U. Quando optei pelo console, eu sabia que não deveria esperar por títulos multiplataforma de grande porte, então não posso dizer que ele me decepcionou quanto a isso.

Por outro lado, me incomoda ver como a Nintendo sofre para se atualizar, errando em certos pontos bobos e principalmente, sendo incapaz de corrigi-los  mesmo com a aeronave estado em pleno voo. Talvez seja por isso que ainda não me empolguei com o Switch, mas quando o Wii U finalmente foi deixado de lado pela fabricante, ao menos poderei dizer que ele me permitiu jogar alguns exclusivos fantásticos.

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