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Intel mostra suas apostas para os próximos anos: inteligência artificial, automóveis inteligentes, 5G e realidade combinada

Em almoço de fim de ano, Intel Brasil conta quais são as 4 áreas mais importantes da estratégia da Intel para os próximos anos: inteligência artificial, automóveis inteligentes, 5G e realidade combinada.

7 anos atrás

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A Intel Brasil recebeu a imprensa e os sites de tecnologia para um almoço de fim de ano com o novo diretor geral da empresa, Maurício Ruiz, que contou quais são as quatro áreas mais importantes na estratégia da Intel para os próximos anos: inteligência artificial, automóveis inteligentes, 5G e realidade combinada.

Na foto acima, Ruiz apresenta a “estratégia no guardanapo” do CEO Brian Krzanich para o futuro próximo da Intel, projetando um “círculo de crescimento virtuoso”. Na parte de baixo, temos as coisas e devices, na parte de cima, o cloud e o data center. Ruiz conta que isto é o que a Intel enxerga que está acontecendo no mundo: de um lado, as coisas e os devices: o consumidor cada vez tem mais aparelhos na sua mão, diferentes tipos de interação entre os devices, e produzindo dados. A gente vai para a quarta revolução industrial, e todo o processo de geração de dados por elementos que são hoje puramente analógicos, nós queremos estar ali, com uma presença marcante neste mercado.

Na parte de cima do círculo, estão o cloud e o data center: a gente acredita que cloud computing é a maior força que está fazendo este círculo rodar. Também acreditamos que estas tecnologias de cloud vão parar em ambientes privados. A Intel olha para os dois como focos de trabalho para nós, conta o diretor geral da Intel Brasil. Ruiz deu como exemplo a geração de imagens para segurança com reconhecimento de rostos na entrada do estádio, um algoritmo relativamente pesado: processadores podem receber uma programação específica para rodar este algoritmo isoladamente, independente do data center, e assim obter maior desempenho e rapidez nos resultados.

No centro do círculo, ao lado dos FPGAs, estão as memórias: todos estes aparelhos conectados geram uma explosão de dados, então temos os SSDs e as memórias, para armazenamento e para trabalho, podemos enviar todos os dados coletados para o servidor para que ele possa manipular e dar alguns insights.

Fechando o laço, o 5G e a conectividade.

O 5G está para IoT como o 4G esteve para smartphones. O 5G vai liberar todo aquele potencial de conectividade que a gente precisa para IoT, conta Ruiz. É um grande foco pra nós o 5G. Boa parte da nossa área de engenharia está em cima de 5G, envolvendo trabalho em software, em hardware, com os fóruns que estão definindo a padronização do 5G. A Intel está indo além do PC.

Como exemplo desta expansão da Intel para outros aparelhos e devices, Ruiz falou sobre uma parceria da empresa com a ESPN para os X Games de Austin, Texas na qual foram colocados sensores em bikes e pranchas de snowboard para oferecer uma enorme quantidade de informações e dados que podem ajudar o atleta a melhorar seu desempenho nos treinamentos, além de tornar as transmissões esportivas bem mais divertidas.

A Intel também fez uma parceria para criar wearables com a New Balance, mas ainda não lançou nenhum produto. O óculos de treinamento criado com a Oakley já foi lançado, e tem um treinador pessoal que manda sugestões de voz enquanto você está fazendo os exercícios. Ruiz conta: nós sempre nos perguntamos se o tipo de tecnologia pode ser desenvolvido dentro da Intel, ou se precisamos comprar uma empresa para acelerar nosso processo de criação? Então fomos às compras, adquirindo as empresas FreeD, Voke, Movidus e Ascending Technologies.

A FreeD cria câmeras para estádios que geram imagens de um jogo de forma simultânea, e esta imagem pode ser congelada e rotacionada, para você ver o ângulo que quiser. Ruiz conta que no fim de semana passado, a tecnologia foi usada no clássico entre Barcelona e Real Madri, e que o sistema também foi instalado no Maracanã para a Olimpíada. A Voke tem módulos de realidade virtual, e a Movidus é uma mistura de software, algoritmos e processador, com o objetivo de transferir a experiência de realidade virtual para a ponta, sem a necessidade de fazer o processamento em um servidor.

A Intel também comprou a empresa de drones Ascending Technologies, e em parceria com a Disney, criou um show de “fogos de artifício” com 500 drones no ar fazendo um espetáculo coordenado por uma pessoa com um notebook. Ruiz conta que as aplicações para este tipo de tecnologia são extensas, como por exemplo usar drones em conjunto para uma operação de salvamento e resgate. Assista o vídeo dos 500 drones em ação abaixo.


Intel's 500 Drone Light Show | Intel

Ele contou algumas coisas sobre o Project Alloy, um projeto de realidade combinada da Intel, no qual você pode interagir com o ambiente. Se você for abrir uma porta no jogo, é a sua mão que vai abrir a porta, ela entra no jogo. Para Ruiz, a realidade combinada tem aplicações desde o entretenimento até usos industriais.

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Ruiz também falou sobre os carros autônomos, e sobre a importância deles poderem fazer decisões na hora, com processamento local: se voltarmos pro nosso círculo de crescimento, o carro se torna mais um device emitindo dados. A diferença é que ele precisa tomar decisões de forma independente, pois em uma situação de emergência, não pode ficar sem sinal. Um carro autônomo vai produzir até quase 4 TB de dados por dia.

A Intel acredita que seus processadores podem ser a base para a inteligência artificial, e quer desenvolver novas tecnologias para isto. Ruiz citou a compra da Nervana, empresa de “machine learning” que cria software e hardware para AI e é capitaneada pelo craque Naveen Rao (ex-Qualcomm) e que será integrada a linha de produtos da Intel. A meta é dar conta de todos os dados gerados por todos os aparelhos conectados. Ruiz também citou a compra bilionária da Altera no fim de 2015, que deu origem a Intel PSG (Programmable Solutions Group), e o lançamento do primeiro FPGA com marca da Intel.

Para o mercado de PCs, que está em crise, a Intel espera uma estabilização em 2017. Eles seguem apostando em novos formatos e em inovação, e também buscando se aproximar cada vez mais dos gamers. Ruiz também falou sobre cidades inteligentes, e deu como exemplo sinais de trânsito, que poderiam reconhecer uma quantidade excessiva de pessoas em um cruzamento, e acelerar o tempo de fechamento do sinal, para permitir que eles atravessem sem risco de atropelamento.

Por fim, Ruiz falou sobre o movimento de migração para o cloud computing, e apresentou a iniciativa Intel Cloud Builders, que oferece receitas, soluções e dicas para a implementação. Ele também prometeu que a tecnologia 3D XPoint vai chegar em breve ao mercado, e nós mal podemos esperar.

Além da apresentação, a Intel montou um pequeno showroom com vários aparelhos com seus processadores, um servidor de alto desempenho e até mesmo uma PokéBola com sensores criada por um dos funcionários da Intel Brasil.

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