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Samsung, LG e até Apple registram queda em suas receitas

Com vendas de smartphones encolhendo (fora os explosivos), LG, Samsung e Apple (pela 1ª vez em 15 anos) registram queda em suas receitas.

7 anos e meio atrás

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O ano de 2016 não está sendo fácil para quem vive de vender smartphones. Se a Samsung já previa resultados negativos para o terceiro trimestre por conta do fiasco do Galaxy Note7 e a LG prossegue não conseguindo reagir, por outro a Apple acaba de entrar para o time e pela primeira vez desde 2001, registrou queda nos seus lucros.

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Começando pela que está em pior situação, a LG reporta (cuidado, PDF) que no período amargou uma perda de US$ 381,5 milhões no mercado mobile, muito por conta daquilo que já esperávamos: o G5, seja a versão completa ou a capada não atingiu nem de longe as expectativas. A própria companhia sul-coreana se refere às "vendas fracas" do flagship. E isso nem é novidade, os números iniciais alcançados pelo gadget foram tão ridículos que a LG preparou um nova reestruturação interna (terceira, quarta, já deixei de contar).

Embora os números da divisão de dispositivos móveis sejam ruins, a LG ainda consegue gozar de uma certa folga graças aos bons resultados em TV e linha branca, onde ela ainda é forte e bate de frente com grandes players, principalmente sua rival Samsung. No que diz respeito a smartphones, a LG vai focar seus esforços no V20 (lança-lo globalmente seria uma boa, just saying) e em desenvolver o G6, que muito seguramente deve vir com um conceito bem diferente do G5. Não vindo para cá em uma versão resumida já ajuda.

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A Samsung já dava a dica no lançamento qual era a maneira correta de se usar o Galaxy Note7

Falando na Samsung, a lógica permaneceu. O relatório recém-apresentado pela companhia revela um renda bruta de US$ 41,8 bilhões no período e lucros operacionais de US$ 4,6 bilhões. Representando perdas anuais de respectivamente US$ 3,4 bilhões e US$ 1,92 bilhões. Em média a Samsung sofreu uma redução nos lucros de 30%.

Isso já era esperado. O fracasso retumbante do Note7, cujo cancelamento prematuro feriu agressivamente o caixa da companhia já havia sido contabilizado em projeções iniciais, e os valores reais se aproximaram bastante das expectativas. Ainda assim, a empresa continua líder no segmento de smartphones em escala global e deve apenas drenar esforços e lucros de outros departamentos para se manter saudável, da mesma forma que a LG. Um dos remédios adotados, por exemplo foi a aprovação pelos acionistas da venda da divisão de impressoras para a HP por US$ 1,05 bilhão.

A diferença para a LG é que o problema da Samsung foi pontual e seu setor mobile normalmente não sangra: ela é uma das duas únicas empresas que ganha dinheiro vendendo dispositivos móveis e a única que o faz vendendo Androids. As expectativas para o futuro giram em torno do Galaxy S8, que terá a obrigação de suceder não só o fracassado Note7 como o recém-reabilitado a flagship S7, bem como recuperar a imagem da companhia após esse tropeço monumental.

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A cara da Maddie Ziegler (não, não é a Sia) é impagável

A surpresa do período veio da Apple no entanto. Embora todos saibamos que o mercado de smartphones como um todo esteja encolhendo e mesmo os iPhones perderam tração, a marca ainda joga com o prestígio e status de seus produtos e isso convence muita gente a continuar comprando cada novo modelo. O problema é, a crise afetou todo mundo e não são todos os consumidores que se convencem hoje a substituir seu iPhone a cada doze meses. No Brasil então, com preços absurdos muita gente está migrando para os Androids ou mantendo seus iGadgets por mais tempo.

O resultado foi... desconcertante. Em média as vendas de iPhones caíram 9% em comparação a 2015, assinalando 45,5 milhões de unidades no 3º trimestre. O faturamento despencou 13%, com US$ 28,2 bilhões. Para completar as vendas e faturamento dos Macs também caíram, bem como o lucro de outros aparelhos (Apple Watch, Apple TV, iPods) e a saída de iPads (faturamento no entanto estável). O único setor que registrou aumento no faturamento foi o de serviços (iTunes, Apple Music, iCloud, etc.)

Resultado: queda na receita bruta de US$ 4,6 bilhões, redução do faturamento em US$ 2,1 bilhões. Pela primeira em 15 anos a Apple registra queda na receita, que desde então só vinha na ascendente.

Embora os números tenham sofrido redução, a Apple é de longe a empresa com a melhor saúde financeira e Tim Cook sabe disso, tanto que no comunicado aos acionistas tratou de ressaltar o aumento de 24% no faturamento do setor de serviços, ao invés de lamentar a queda nas vendas de hardware. O consumidor pode não estar mais tão propenso a continuar comprando smartphones sempre que sai um novo, mas outros produtos atrelados é outra coisa.

Tanto que no evento de logo mais às 15 horas, em que se espera a revelação da nova linha de Macs há indícios de que a Apple irá introduzir o tal "Guia da TV" para a Apple TV, mais uma investida em serviços atrelados. E dizem, sem Netflix.

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