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Os iPhones 7 e 7 Plus de 32 GB são consideravelmente mais lentos que seus irmãos

Velocidade de escrita e leitura do iPhone 7 de 32 GB é inferior à de modelos com maior capacidade; Apple teria utilizado chips de qualidade inferior.

7 anos atrás

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Uma série de sites e canais do YouTube começaram a levantar mais uma polêmica em torno da Apple: o fato de que os modelos de 32 GB do iPhone 7 e 7 Plus possuem velocidades de escrita mais lentos do que os de 128 e 256 GB. Embora alguns sites estejam defendendo a maçã, a verdade é que muito provavelmente os chips Flash nos modelos de entrada sejam de qualidade inferior.

Tudo começou com o GSMArena, que publicou um teste detalhando a diferença de escrita entre um iPhone 7 de 32 GB e outro de 128 GB (e mais um 6s de 64 GB, como parâmetro). A distância entre as duas variantes era enorme, o modelo de menor capacidade escrevia dados até oito vezes mais lento. Uma polêmica se seguiu, com uma série de sites defendendo e outros descendo o sarrafo na Apple, utilizando uma série de argumentos: de paralelismo a chips de má qualidade.

Na sequência, o Unbox Therapy resolveu conduzir ele mesmo seus testes e chegou a conclusões parecidas. Confira:

Unbox Therapy — iPhone 7 - What Apple Doesn't Want You To Know

O que precisamos prestar atenção aqui é no seguinte: embora a diferença entre os modelos na velocidade de escrita seja gritante, de 42 MB/s do modelo de 32 GB para 341 MB/s do de 256 GB, a velocidade de leitura é quase parelha, 656 MB/s contra 856 MB/s respectivamente. Claro que ambos deveriam exibir a mesma velocidade de leitura e escrita ou mesmo valores próximos, no entanto a diferença de leitura entre os modelos é considerada uma variação normal, dentro de 20% já que ambos possuem capacidades diferentes.

Então o que acontece aqui? Boa parte dos blogs defendendo a Apple estão jogando com a carta do paralelismo, que funciona assim: a maçã utiliza memórias Flash de alta densidade nos iPhones 7 e 7 Plus para enfim permitir o dobro de capacidade em todos os modelos, mas no caso das variações de 128 e 256 GB, os SSDs internos contam com mais chips para fazer a mágica. Desta forma, o processador A10 tem mais canais disponíveis para leitura e escrita, o que permite que os modelos de maior capacidade sejam mais rápidos.

Só que isso não é verdade e quem estudou Arquitetura de Computadores sabe o motivo: quem determina a velocidade máxima de leitura e escrita é o barramento de dados, sendo que este possui uma largura fixa e é igual para todos os modelos. Mesmo que o SSD nos modelos mais caros contenha mais chips, o barramento é o fator determinante da taxa de transferência. Ao observar que a velocidade de leitura entre os modelos de 32 e 256 GB possui uma variação dentro do aceitável, a conclusão que se chega é que a Apple de fato utilizou chips de memória de baixa qualidade nos modelos de entrada, obviamente para maximizar o lucro. Caso o barramento fosse de baixa qualidade a velocidade de leitura do iPhone 7 de 32 GB também seria um lixo em comparação a seus irmãos.

Isso não é um problema exclusivo da Apple: vários smartphones de outras fabricantes já apresentaram o mesmo "bug", mas ao contrário do que muitos sites e canais pró-maçã divulgam não é porque um SSD maior é sempre mais rápido. Fosse assim o meu HyperX de 120 GB não teria a mesmíssima performance do modelo de 240 GB que o Cardoso testou.

Portanto, a Apple tem culpa no cartório sim. O consumidor que adquirir um iPhone 7 ou 7 Plus de entrada estará levando gato por lebre, já que a velocidade de escrita abissal não faz parte dos "features".

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